Qual é o papel da família na introdução alimentar?

O papel da família na introdução alimentar é muito mais importante do que costumamos ouvir. Muitos dão tanta atenção para o método da introdução, o tempo correto de iniciar e qual o primeiro alimento que deixam de lado um aspecto tão importante quanto todos os outros: o exemplo das pessoas com quem essa criança convive. Estou acostumada a receber nas consultas crianças já crescidas com alguns distúrbios ocasionados ou potencializados pela má nutrição, como obesidade, diabetes, entre outros. Quando os pais relatam as dificuldades em fazer essas crianças aceitarem alimentos mais nutritivos, eu devolvo a questão com uma reflexão: como é a alimentação da família? Muitas vezes, antes de corrigir a alimentação da criança, precisamos engajar papais, mamães e irmãos a se habituarem com alimentos mais saudáveis. O ideal é jamais esperar que uma condição adversa se instale na criança para melhorar a alimentação. Devemos lembrar que as crianças aprendem observando os adultos e isso começa desde o primeiro contato com os alimentos, ainda na introdução da alimentação complementar. A criança absorve tudo Muitos casais procuram orientações sobre a introdução alimentar com objetivo de ensinar uma alimentação equilibrada desde os primeiros meses. No entanto, também reconhecem que eles próprios não seguem uma alimentação balanceada. Então, como ensinar esse bebê algo que sequer eles seguem? Esse assunto precisa ser conversado pelo casal desde a gestação, ou antes, a fim de entrarem em um acordo. Se puderem passar por uma reeducação alimentar durante o período gestacional, melhor ainda. Uma gestante com alimentação equilibrada transmite saúde ao bebê, além de auxiliar a formar esse paladar voltado para alimentos saudáveis. Caso contrário, o mais provável é que essa criança tenha uma alimentação equilibrada apenas na introdução alimentar. Quando o objetivo é moldar esse hábito para ser seguido por toda a vida. Devemos lembrar que, após um ano de idade, a criança deve estar preparada para consumir a comida da família. De forma alguma isso significa que está pronta para comer alimentos industrializados e ultraprocessados, mas sim aquilo que está na rotina alimentar de seus pais. Assim, muitas vezes, oriento que a família reveja a própria alimentação se tem o objetivo de ensinar bons hábitos aos seus filhos. Crianças aprendem pelo exemplo e isso vale para tudo, inclusive na hora de fazer o prato. E como conversar com outras pessoas da família? Outro desafio que muitos pais enfrentam é convencer os seus próprios familiares a não oferecer alimentos açucarados aos seus filhos. Ainda que pai e mãe concordem em preservar o paladar da criança, existem tios e avós que consideram essa atitude um exagero. É muito importante explicar o quanto as taxas de obesidade e outras doenças estão relacionadas ao excesso de açúcar e industrializados na rotina alimentar das crianças. Diversos estudos comprovam essa triste realidade. O açúcar não conta com nenhum nutriente importante para a saúde e o desenvolvimento da criança. Com certeza, existem outras maneiras de agradá-la e fazê-la feliz, inclusive com alimentos saudáveis e deliciosos. Já ensinei neste artigo a fazer uma festa de aniversário saudável. O açúcar, em algum momento, vai aparecer na vida dessa criança e reconheço que os pais não podem impedir. Mas, quanto mais esse contato for adiado, melhor para a saúde da criança. Portanto, vale a pena conversar com os familiares durante esse período para ter a decisão da introdução alimentar saudável respeitada.Em meu Curso Bebê Vitaminado, ensino tudo que papais e mamães precisam saber para apresentar os alimentos ao bebê de maneira que ele crie hábitos saudáveis por toda a vida. Conheça agora: Curso Bebê Vitaminado. Espero que com este artigo você entenda mais sobre o papel da família na introdução alimentar. Muito mais do que oferecer os alimentos saudáveis, é preciso investir no exemplo.

Como escolher utensílios para a introdução alimentar livres de BPA?

Você está em dúvida sobre os utensílios para a introdução alimentar? Nesse post, quero chamar a atenção para os materiais que utilizamos durante essa fase tão importante para a criança. Em primeiro lugar, precisamos falar sobre o plástico. Você sabia que, durante a pandemia do coronavírus, o uso de plásticos aumentou muito? É por isso que considero essencial falar sobre esse assunto. Principalmente quando tratamos de alimentar crianças que estão começando o contato com os alimentos. Isso porque todos estamos muito expostos aos efeitos do bisfenol-A, um perigoso disruptor endócrino presente na estrutura de plásticos. Embora esteja proibido em mamadeiras, o BPA continua presente em muitos utensílios que o bebê utiliza, incluindo copos e talheres, além de brinquedos. Já falei sobre os perigos desse elemento químico neste artigo. Portanto, fique atento sobre os utensílios para a introdução complementar do bebê. Panelas O preparo da comida do bebê é tão importante quanto o momento de servir. Dê preferência às panelas de vidro, de cerâmica revestida ou de inox. Esses materiais não liberam substâncias prejudiciais à saúde nem soltam partes do seu revestimento. Assim, são consideradas mais seguras para o preparo do alimento que o bebê e a família vão consumir. Pratinho e talheres Dê preferência aos pratos confeccionados em bambu sem revestimento ou em inox. Existem muitas opções de pratos para alimentar bebês no mercado: pratos térmicos, com ventosa, com divisórias, muitos personagens… Aí, vai do gosto e da possibilidade de cada família. Mas, falando sobre necessidade, o pratinho simples já está suficiente. Em relação a talheres, na fase da introdução alimentar complementar, recomendo usar apenas uma colher de silicone transparente. Quando a criança aprender a se alimentar sozinha e for um pouco mais crescida, pode receber pequenos garfo e faca sem pontas em material inox. O copo Se o BPA está proibido nas mamadeiras, infelizmente, ainda continua presente em muitos modelos de copos infantis. Apesar de existirem muitas opções livres de BPA, eu costumo recomendar as opções em vidro ou inox. Sei que muitos pais ficam preocupados com a questão da segurança quando oferecem em vidro. Assim, pode usar o copo pequeno de vidro enquanto oferecem eles mesmos água ao bebê na introdução da alimentação complementar e, quando tiver mais autonomia, usar copo de inox. Ou, escolher com muito cuidado um copo plástico livre de BPA. Armazenando alimentos Para guardar a comida do bebê – e também da família, de preferência – costumo indicar recipientes em vidro. Normalmente, esses recipientes vem com tampas plásticas. Assim, é bom se certificar que essa tampa não é descartável, ou seja, que pode ser usada sempre, para evitar lixo na natureza. Também recomendo verificar se essa tampa é livre de BPA e garantir que o alimento tenha o mínimo de contato com essa área do recipiente. Assim, podemos diminuir a contaminação do plástico em nossos corpos, principalmente para os bebês, que ainda estão em pleno desenvolvimento. Afinal, o plástico absorvido pelo organismo é cumulativo, ou seja, não é eliminado, e gera problemas para a saúde. A contaminação parece inevitável, afinal, o plástico está por todos os lados. Portanto, quanto mais pudermos evitar esse contato, principalmente desde os primeiros anos de vida, melhor. Evitar o plástico é cuidar da nossa saúde e também da natureza! Falo mais sobre os perigos do plástico em meu livro “A Epidemia do Plástico”. Para conferir, basta clicar aqui: Livro Epidemia do Plástico – Bisfenol A – Você Precisa Saber. Espero que com este artigo você entenda quais utensílios para a introdução alimentar são úteis e livres de plástico. Até a próxima!

Obesidade infantil: por que é tão preocupante para a saúde?

A obesidade infantil te preocupa? Esse tema precisa de um olhar mais atento por parte de toda a sociedade. O nutricionista não deve ser o único a se preocupar com o crescimento desse problema entre as crianças. Ainda é comum o argumento de que “bebê gordinho é sinônimo de saudável”. Ou, então, acreditar que conforme a criança cresce a gordura é melhor distribuída, após o famoso “estirão”. Além de não ser necessariamente uma verdade, a obesidade infantil deixa marcas para toda a vida da criança. Mesmo depois que emagrece, os prejuízos para o metabolismo prevalecem caso não seja bem tratado. É por isso que a obesidade infantil também deve ser assunto na família e na escola, afinal, a saúde influencia diretamente no desenvolvimento da criança. A obesidade infantil como um problema de saúde pública As crianças que passam por um quadro de obesidade nos primeiros anos de vida contam com maiores chances de enfrentarem problemas de saúde em sua vida adulta. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde em 2019, no Brasil, 12,9% das crianças entre 5 e 9 anos são obesas. Os fatores que contribuem para esse alto índice tem relação com o estilo de vida dos pais e as mudanças na alimentação de algumas décadas até hoje. Deixamos de colher os nossos próprios alimentos, que passaram a ser processados e ultraprocessados antes de chegar à prateleira do supermercado, de onde vão direto às nossas casas. Assim, a obesidade infantil encontra raízes logo na alimentação dos pais. Mesmo antes da concepção, fatores como alimentação desequilibrada, alcoolismo e sedentarismo podem influenciar no futuro da sua saúde. Existem casos, por exemplo, em que durante a gestação o bebê não teve todos os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. Assim, o organismo torna-se um poupador de energia devido a essa condição do período mais crítico do seu desenvolvimento, o que pode levar a um quadro de obesidade. Esse fato pode surpreender os pais, afinal, a criança pode não fazer o tipo “comilona” ou sequer ter contato com muitas guloseimas. No entanto, tudo o que acontece antes da concepção e durante a gestação influencia na saúde. É o que chamamos de fatores epigenéticos. Qual o problema se a criança gordinha depois emagrece? Quando a criança é pequena e acima do peso, é comum a referência de “está fofinha”. Porém, é importante que essa criança seja fofinha sem apresentar sobrepeso ou obesidade. Se ela passa dos 6 anos até os 11 anos – quando entra na adolescência e dá o famoso “estirão”, durante esse período ocorreu todo um processo de inflamação no organismo que deixa marcas para a vida toda. É por isso que uma criança com sobrepeso tem maiores chances de desenvolver doenças como hipertensão, diabetes, colesterol alto e outras doenças crônicas. Além dos problemas a longo prazo, a obesidade infantil influencia no crescimento da criança. A cascata hormonal e celular desencadeada pelo excesso de adiposidade pode atrasar o crescimento e até fazer a entrada precoce na puberdade. É por isso que profissionais de saúde em geral precisam prestar atenção em situações de sobrepeso infantil. O tratamento multidisciplinar é o melhor caminho para que essa criança possa ter sua saúde restabelecida. Espero ter esclarecido por que a obesidade infantil é um problema muito mais sério do que parece. Para saber mais, assista ao meu vídeo abaixo e aproveite para se inscrever em meu canal do YouTube.

Alergia à proteína do leite de vaca – APLV: quais as suas características?

Quando o diagnóstico de alergia à proteína do leite de vaca – APLV é confirmado para uma criança, traz algumas preocupações para os pais. Muitas dúvidas rondam esse tema. Afinal, de onde vem essa alergia? É a mesma situação da intolerância à lactose? Como cuidar da criança nesse caso? De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP, os sintomas mais recorrentes da APLV se manifestam principalmente durante o primeiro ano de vida. Conforme estudo da Revista Médica de Minas Gerais, esse tipo de alergia abrange até 5% da população pediátrica e com fortes indícios que os diagnósticos venham aumentando ao longo dos anos. Portanto, embora esse diagnóstico seja bastante complexo, é importante que profissionais de saúde e família fiquem atentos aos sinais da APLV. Diferença entre APLV e intolerância a lactose Antes de nos aprofundarmos na APLV, vou esclarecer a diferença em relação a intolerância à lactose. A alergia à proteína do leite de vaca é caracterizada pela reação imunológica do organismo ao consumo de qualquer porção dessa proteína.  Quando absorvida, o sistema imune considera como um corpo estranho e produz anticorpos para combatê-la. Assim, dá início ao processo alérgico. Enquanto isso, a intolerância à lactose está relacionada à incapacidade parcial ou completa de digerir o açúcar do leite. Isso ocorre devido à baixa produção de lactase, enzima responsável por quebrar e decompor a lactose presente no leite. Portanto, são condições completamente diferentes. A alergia é uma condição imunológica às proteínas do leite.Enquanto isso,  a intolerância a lactose é um sintoma relacionado fisiologicamente à lactose, que é o açúcar do leite. É por isso que a criança com APLV não pode consumir leite e seus derivados em nenhuma hipótese. Como o problema está com a proteína do leite, de nada adianta consumir produtos que eliminem a lactose. O que causa a APLV? A maior parte dos casos de APLV são diagnosticados antes dos 2 anos de idade. Isso porque, com o sistema imunológico ainda em desenvolvimento, fica mais comum que o organismo desenvolva essa reação alérgica. Quanto mais cedo a exposição à proteína do leite, maiores as chances da alergia. Crianças alimentadas com fórmula infantil contam com maior chance de desenvolver essa alergia, afinal, seu sistema imunológico está se formando e o contato com a proteína pode atacar as células de defesa do organismo. Crianças amamentadas exclusivamente com o leito materno, porém, não estão livres de sofrer com essa alergia. Isso porque a proteína consumida pela mãe passa para o leite. Também podem desenvolver quando tem contato com a proteína do leite na sua introdução alimentar, independente da amamentação, após os 6 meses de idade. Sinais da APLV Os pais podem suspeitar da alergia à proteína do leite de vaca quando os sintomas abaixo aparecerem, principalmente se forem combinados: Dificuldade para engolir os alimentos; Recusa alimentar; Saciedade com pouca quantidade de comida; Vômitos; Diarreia, com ou sem a presença de sangue e muco; Cólicas; Assaduras na região anal; Chiado no peito; Coriza; Respiração difícil e tosse; Coceira na pele; Ressecamento da pele, com presença ou não de feridas; Inchaço de lábios e/ou pálpebras; Baixo ganho de peso. Esses sintomas podem estar associados a outras causas, mas são indícios da APLV. O pediatra é o profissional responsável pelo diagnóstico e por recomendar o tratamento multidisciplinar. Esse médico vai perguntar sobre o histórico clínico da criança e pedir exames laboratoriais para avaliar a possibilidade da APLV. É muito importante seguir à risca todas as recomendações desse profissional. Principalmente porque o diagnóstico costuma ser complexo e bem específico para cada caso, afinal, não existe uma combinação de exames ou teste único que confirme com exatidão essa condição. E como fica a introdução alimentar? Quando o bebê diagnosticado com APLV inicia a introdução da alimentação complementar, é muito importante ser acompanhada pela equipe que já conhece o seu histórico clínico. Quando a alergia está controlada e foi supervisionada desde o início dos sintomas, é possível que a introdução dos primeiros alimentos seja realizada da mesma forma como qualquer outra criança: oferecendo uma porção de fruta por dia, e incluindo outros alimentos de forma gradual. No entanto, quem pode dar essa recomendação é a equipe que acompanha essa criança. Cada caso é bem particular e pode se desenvolver de maneira diferente. Espero ter esclarecido esse assunto tão complexo que é a alergia à proteína do leite de vaca.  Até a próxima!

Como fica a nutrição de gestantes e crianças durante o isolamento social?

O período de isolamento social trouxe mudanças nos hábitos para a maioria das pessoas. Agora, há crianças sem aulas, papais e mamães fazendo home office, dispensa de babá e cozinheira, entre outros fatores que influenciam diretamente a rotina. Nesse cenário, a nutrição de gestantes e crianças pode ser afetada. Em relação às gestantes, sabemos que as questões emocionais pesam. Afinal, se a ansiedade já é grande em relação aos assuntos relacionados à gestação, diante da pandemia essa ansiedade tende a aumentar. Assim, é comum que o alívio para esse quadro ansioso seja o consumo de alimentos ricos em açúcares, calorias vazias, gorduras de má qualidade e pobre em nutrientes. Já as crianças podem ficar sem limites devido às dificuldades que os próprios pais sentem para conduzir uma rotina organizada. A nova dinâmica das aulas em casa mexeu com horários, rotinas e, por consequência, com a alimentação e o sono. Falar sobre alimentação e nutrição nesse contexto é muito importante, afinal, não sabemos por quanto tempo vamos seguir fazendo a chamada “quarentena”. E todas as decisões que tomamos nessa fase, principalmente na alimentação de crianças e gestantes. A importância de um novo padrão alimentar Alimentação saudável jamais deve ser significado de comida sem graça. Muito pelo contrário. A gestante deve sempre priorizar a comida de verdade, afinal, é o que vai favorecer o desenvolvimento do bebê. Em relação à criança, quanto antes aprender que a comida de verdade é gostosa, melhor. Um padrão alimentar com alimentos de fato nutritivos pode incluir receitas deliciosas e, até mesmo, algumas sobremesas. A mentalidade de comer aquilo que é saudável exclui o sofrimento por não consumir alimentos industrializados, afinal, até deixam de fazer falta. Em especial a gestante com diabetes gestacional precisa ficar atenta à nutrição nesse período, conforme coloquei neste artigo. Aproveitar a família por perto Quando falamos em quarentena, muitos focam na perda da liberdade. No entanto, esse período traz uma consequência positiva: as famílias voltam a se reunir. Pais que mal viam os filhos, agora, estão com as crianças em casa. Assim, que tal aproveitar para ensinar às crianças sobre alimentação saudável? Reunir a família à mesa todos juntos, no mesmo horário, é muito importante. Vale, também, chamar as crianças para ajudar no preparo de algumas refeições. Já falei sobre cozinhar com crianças neste artigo, onde explico como essa prática pode contribuir para a educação alimentar. Além de ter o propósito de envolver a criança na alimentação, ainda deve ser levada em consideração a questão da ajuda à família. Sabemos que muitos pais e mães seguem no home office nesse momento de pandemia e, por isso, precisam de ajuda com as tarefas da casa. Assim, delegar algumas funções de acordo com a idade da criança, inclusive na cozinha, faz bem para o seu desenvolvimento e também para a sua saúde. Conversei sobre esse e outros assuntos com a minha colega médica ginecologista, Dra. Erica Mantelli, em uma LIVE. Confira abaixo a gravação: Espero que este artigo auxilie você e sua família a passar por esse período de isolamento social com saúde e qualidade de vida. Com amor. Andreia Friques

Com quantos meses devemos iniciar a introdução alimentar do bebê?

Muitas mamães têm dúvidas sobre quando iniciar a introdução alimentar do bebê. Você está nesse grupo? Continue a leitura até o final do artigo. Sabemos que a recomendação da Organização Mundial da Saúde – OMS é de que o bebê seja alimentado exclusivamente com o leite materno até completar o sexto mês de vida. Mesmo assim, algumas mamães ficam na dúvida sobre a possibilidade de introduzir os primeiros alimentos antes desse prazo. Algumas, porque precisam retornar ao trabalho e precisam deixar o bebê com a babá, ou mesmo na creche. Outras, simplesmente por ouvirem de outras mulheres da família que a introdução alimentar pode iniciar antes. Nas próximas linhas, vou deixar a maneira como oriento as mamães em meu consultório e também um estudo que endossa essa prática. Introdução alimentar a partir dos 6 meses Algumas mães se perdem na hora de considerar o sexto mês de vida. Então, para simplificar, vamos começar definindo esse tempo. Quando o bebê completa 6 meses do seu nascimento, é o momento que consideramos ideal para apresentar a ele os primeiros alimentos. Esse período compreende de quando ele completa 6 meses e adentra o sétimo mês de vida. Na minha prática clínica, eu costumo seguir a recomendação da OMS e orientar a introdução alimentar somente a partir desse período. Essa orientação serve, inclusive, para bebês alimentados com fórmula infantil. É claro que, para os casos onde o bebê dá sinais de maturidade, o início da introdução alimentar pode ser um pouco adiantado. Consideramos sinais de maturidade: Ausência do reflexo de extrusão; Se interessa pela comida coordenando movimento de olhos, mãos e boca; Mostra desejo de mastigar; Senta e mantém-se firme na posição; Mantém a sustentação da cabeça sem esforço. Eu, como nutricionista materno-infantil, nunca recomendo esse início antes do 5º mês completo, quando o bebê está caminhando para o sexto mês de vida.  Por que respeitar esse tempo? O período de 6 meses é o tempo que o bebê leva para amadurecer o seu organismo e desenvolver todos os sinais de maturidade que citei acima. Quando esses sinais não são alcançados, é mais seguro que a família aguarde para iniciar a introdução alimentar. Todos esses sinais devem ser relatados ao nutricionista materno-infantil. Além disso, o leite materno contém todos os nutrientes que a criança precisa até o sexto mês de vida. É o que diminui o risco de infecções e desenvolvimento de alergias. O único caso em que o tempo da introdução alimentar deve ser observado de maneira diferenciada é sobre bebês prematuros. Se você tem dúvidas sobre esse tema, leia este artigo onde explico sobre como calcular o tempo da introdução alimentar para prematuros. Quando o bebê precisa ir à creche, ele pode seguir sendo alimentado pelo leite materno. O leite pode ser extraído e enviado à creche congelado, já na quantidade ideal para cada mamada. Basta lembrar de identificar o recipiente em que vai ser enviado, para não correr risco de fazer confusão ou mesmo estragar. A conversa com a escola é fundamental nesse momento, mesmo para seguir com a introdução alimentar. Falei sobre introdução alimentar na creche neste artigo, caso você se interesse pelo tema. Para compreender cada etapa da introdução alimentar de forma aprofundada e encaminhar essa fase de forma assertiva com o seu bebê, você é meu convidado a conhecer o Curso Bebê Vitaminado. São 9 módulos de conteúdos exclusivos, em linguagem acessível para as famílias compreenderem. Abordo desde os utensílios a serem usados, frequência e alternância dos alimentos, até como deve ser feita a introdução para bebês vegetarianos. Para conhecer e se inscrever, clique no link a seguir: Curso Bebê Vitaminado. Até a próxima!

Como a nutrição adequada ajuda a prevenir a depressão pós-parto?

Prevenir a depressão pós-parto começa ainda antes da gestação. Sabemos que o estado de saúde dos pais antes de engravidar pode influenciar a saúde do bebê durante toda uma vida. Ao dar atenção à sua saúde, a gestante também está cuidando do seu filho. É por isso que, hoje, resolvi conversar sobre a depressão pós-parto. Esse assunto é sério e merece a nossa atenção. Especialmente porque a nutrição adequada, incluindo alimentação saudável e a suplementação de nutrientes, pode ajudar a reduzir os casos dessa doença. Continue até o final para entender como a nutrição adequada ajuda a prevenir a depressão pós-parto. O que é depressão pós-parto? O pós-parto é um momento novo na vida da mulher. Mesmo para aquelas que já tiveram mais de uma gestação, cada experiência é única. Assim que o bebê nasce, a mulher está com os hormônios à flor da pele. Isso pode trazer sensações de melancolia que são bastante comuns. Porém, essa situação pode se agravar para um quadro depressivo. A depressão pós-parto é uma condição de extrema tristeza, desespero e falta de esperança. O prejuízo para o relacionamento entre mãe e filho é muito alto, afinal, ao nascer um bebê, nasce também uma mãe e ambos estão se conhecendo. A mãe passa a interagir menos com a criança. Sintomas como choro, irritabilidade, transtornos alimentares, transtornos de sono, falta de energia e motivação, são bastante marcantes na depressão pós-parto. Quando a doença não é tratada, a criança fica propensa a desenvolver problemas no comportamento. Dificuldades para dormir e comer, crises de birra, atrasos no desenvolvimento e hiperatividade são alguns deles. Os efeitos no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança são demonstrados a partir de diversos estudos. Essas sequelas podem ser prolongadas por toda a infância e adolescência. Leia também: O poder dos primeiros mil dias para a saúde da criança Como prevenir e tratar a depressão pós-parto? A depressão pós-parto tem tratamento, mas como muitos problemas de saúde, também tem prevenção. A nutrição adequada durante a gestação, via alimentação e suplementação, contribuem muito para manter a depressão pós-parto bem longe. Existem evidências científicas que demonstram que a suplementação de folato e do ácido fólico devem acontecer durante toda a gestação e até durante a amamentação, diferente do que muitos acreditavam anteriormente, que deveria ser somente durante as primeiras 12 semanas de gestação. Todas as vitaminas do complexo B são extremamente importantes para o adequado desenvolvimento da gestação e para prevenir a depressão pós-parto. Podemos citar o selênio como poderoso antioxidante. O ômega-3 também é essencial para as funções cerebrais da gestante e do bebê, o que evita a depressão pós-parto. A vitamina D também está na base das reações químicas que acontecem durante esse período. Todas as células do sistema imunológico contam com receptores para a vitamina D, evitando inúmeras doenças. Cito aqui diversos elementos que podem prevenir a depressão pós-parto, mas existem muito mais. A alimentação é essencial para afastar essa doença em qualquer fase da vida, mas principalmente durante o pós-parto. Ainda que o tratamento seja possível e muito necessário, hoje o objetivo foi chamar a atenção para a prevenção. Eu espero que este artigo esclareça mais sobre como a nutrição adequada ajuda a prevenir a depressão pós-parto. Para saber mais sobre esse assunto, assista ao vídeo abaixo e aproveite para se inscrever em meu canal do YouTube. Com amor. Andreia Friques.

Qual é a importância da vitamina D para a imunidade da criança?

A vitamina D para a imunidade da criança tem uma grande importância. Atualmente, a exposição ao sol é cada vez menos frequente na vida de todos, o que impacta as crianças em seu desenvolvimento. A vida em apartamentos, o uso excessivo de protetor solar e a orientação para evitar a exposição ao sol em horários de maior risco fazem que crianças tenham cada vez menos a produção natural de vitamina D. Por isso, a suplementação de vitamina D para crianças é cada vez mais discutida entre profissionais da saúde. Essa vitamina, que na verdade é um hormônio, é cada vez mais prescrita com objetivos de garantir o bom desenvolvimento e a imunidade infantil. Continue até o final para entender o papel da vitamina D para a imunidade da criança. Como a vitamina D tem impacto na imunidade? Os linfócitos, que são os glóbulos brancos presentes no sangue e tem a função imunológica do organismo, contam com os seus próprios receptores da vitamina D. Isso significa que, caso os níveis estejam baixos, a imunidade fica prejudicada. O próprio Ministério da Saúde recomenda que 80% da vitamina D para as crianças venha da exposição solar, enquanto os outros 20% venha da alimentação. Quando passamos mais tempo dentro de casa, a suplementação pode ser a solução. Ao enfraquecer o sistema imunológico, deixando de nutrir as células protetoras do organismo, a deficiência de vitamina D aumenta os riscos de infecções, aumenta o risco de diabetes e de doenças metabólicas, além de prejudicar o desenvolvimento dos ossos. Tudo isso favorece que a criança fique doente com uma frequência maior. É por isso que, quando a criança que vive doente precisa ter as suas taxas de vitamina D investigadas. Leia também: Como melhorar a imunidade da criança pela alimentação? Como manter os bons níveis de vitamina D? Há alguns anos, a Sociedade Brasileira de Pediatria preconiza a suplementação de vitamina D para bebês. Em minha prática clínica e pelos estudos que acompanho, tenho observado que os níveis ótimos de vitamina D em crianças estão em, no mínimo, 40ng/ml. Antes de decidir pela suplementação e pela dose, todo o contexto deve ser observado. Se essa criança foi suplementada enquanto era um bebê, se a mãe suplementou a vitamina quando estava gestante, além de colher exames laboratoriais. O nutricionista materno-infantil deve orientar uma alimentação que favoreça a formação da vitamina D e hábitos de vida saudáveis, bem como pegar sol sempre que possível. Tudo isso vai ajudar a fortalecer a imunidade da criança, sua saúde e seu bom desenvolvimento. Eu espero que este artigo ajude você a entender a importância da vitamina D para a imunidade da criança. Para saber mais, assista ao vídeo abaixo e aproveite para se inscrever em meu canal do YouTube.

Existe alimentação para a criança dormir melhor?

Se você quer saber se existe uma alimentação para a criança dormir melhor, continue até o final do artigo. Sono agitado, sono curto e dificuldade para dormir pode, sim, estar ligada à alimentação. Tudo o que a criança consome durante o dia influencia a sua capacidade de dormir. Assim como os adultos precisam da boa nutrição para o bom funcionamento de todo o seu organismo, a criança precisa de todos os nutrientes para o seu desenvolvimento. Dormir bem é tão importante quanto comer bem para crescer com muita saúde. Veja como ajudar seu filho a ter um bom sono com a alimentação. Algum alimento ajuda a criança a dormir? Quando pensamos em alimentação para a criança dormir melhor, saiba que não existe alimento milagroso. É o equilíbrio entre vitaminas, minerais e outros nutrientes essenciais e não-essenciais que fazem a diferença. Se o seu filho conta com problemas para dormir, pode ser um problema de balanço nutricional. No entanto, antes mesmo de conversar com o médico ou com o nutricionista materno-infantil, vale a pena fazer algumas intervenções na alimentação. Muitas vezes, o problema está no consumo de alimentos ricos em farináceos e açúcar. Os carboidratos fazem que o sistema digestivo trabalhe mais lentamente, dificultando o sono. Já o açúcar traz picos de ansiedade e agitação. É importante evitar, também, bebidas com cafeína, como o chá preto, o café e o refrigerante de cola. Refrigerantes em geral nem devem fazer parte da alimentação, inclusive. É interessante incluir alimentos ricos em triptofano em sua alimentação, afinal, esse é o precursor da serotonina e da melatonina, os hormônios que contribuem para o sono. Alguns exemplos de alimentos com triptofano são a banana, as nozes, a couve e o hommus. Na hora da janta Ter horários para se alimentar auxilia a regular todo o organismo, inclusive o sono. O jantar é a última refeição do dia e, por isso, uma das mais relacionadas ao sono. É interessante que seja servido em até duas horas antes de ir para a cama. Nessa hora, refeições mais leves contendo caldos, sopas, legumes, carnes e verduras são as melhores opções para evitar a agitação durante o sono. Logo após a última refeição do dia, é fundamental evitar telas de celular ou televisão. A luz azul presente nessas telas inibem a produção da melatonina, dificultando o sono. Posso dar algum remédio? A criança só pode usar medicamento ou suplemento para dormir sob recomendação de um médico. Nem mesmo a melatonina deve ser utilizada sem prescrição. Seu filho precisa ter o ciclo circadiano regulado da maneira mais natural possível. Falei sobre o uso de melatonina por crianças neste artigo. Se você estava com dúvida sobre existir alimentação para a criança dormir melhor, saiba que é sim uma grande aliada nesse sentido. Com amor, Andreia Friques.

Dicas para alcançar o sucesso na nutrição materno-infantil

Alcançar o sucesso na Nutrição Materno-Infantil é o sonho de muitos profissionais… E é, de fato, possível. Estamos falando de uma área repleta de oportunidades aos profissionais da área da saúde. Cuidar das novas gerações significa acompanhar, orientar e tratar crianças, bebês, tentantes e gestantes. A saúde da criança, desde antes da sua concepção, é o que vai definir seu desenvolvimento e como será a sua saúde por toda a vida. Apesar de todas as oportunidades, é preciso buscar dar o seu melhor sempre. Essa postura fez toda a diferença na minha trajetória e hoje compartilho neste artigo. Defina o que é sucesso para você Saber o que é mais importante para a sua vida, quais são os seus objetivos e onde você quer chegar é o que te posiciona em direção ao sucesso. Quando isso estiver claro para você, basta concentrar toda a sua energia e motivação para essa direção. Como diz o famoso ditado, nenhum vento é favorável para quem não vai a lugar algum. Trace estratégias a curto, médio e longo prazo Para alcançar o que você quer, faça metas a serem atingidas para diferentes espaços de tempo. Quando você traça metas para daqui a 5 ou 10 anos, esse futuro parece tão distante que você pode perder a motivação para agir hoje. No entanto, cada atitude sua de agora molda o seu futuro. Atingir as pequenas metas é tão importante quanto as grandes conquistas. Lembre-se: a subida se dá a cada degrau. Aprenda a fazer sacrifícios Por trás daquele profissional bem sucedido que hoje você acompanha no Instagram, com certeza, alguns episódios da sua trajetória não foram mostrados. As noites mal dormidas, os cabelos bagunçados, as olheiras… Nada disso vai para os stories do Instagram! Mesmo assim, esses momentos são muito importantes. Estudar é fundamental para o profissional de saúde, afinal, nossa profissão é feita de ciência. Em meio a uma rotina de trabalho e cuidados com a casa, é preciso arranjar tempo para estudar. Seja acordando uma hora mais cedo, abdicando de finais de semana, festas…  Não é só o tempo que acaba sacrificado… Também os recursos financeiros devem ir nessa mesma direção. Participar de cursos, congressos, comprar livros e outros investimentos devem ser feitos por quem caminha na direção do sucesso. Sem sacrifícios, o sucesso não chega. Não perca tempo com o que te afasta da meta Tenha um conceito bem claro em sua mente: preguiçoso não faz sucesso. Nutrir assuntos que não agregam faz que você entre em uma energia negativa e, ainda, perca o seu foco nas suas metas. Quando a sua atenção vai para aquilo que não te traz retorno, você está mais longe de alcançar o que deseja. Tenha sua própria identidade Você pode ter um profissional de referência para se inspirar, porém, saiba que copiar alguém não te leva a ter sucesso. Copiar leva ao plágio, destrói sua credibilidade e faz que você não conheça o que tem de mais especial na sua própria essência. O sucesso do outro não cabe na sua vida! O sol nasce para todos, mas é preciso autoconhecimento para saber quais as suas maiores qualidades, administrar seus pontos fracos e assim potencializar o que há de melhor. Eu espero que esses passos para o sucesso sejam valiosos para a sua trajetória! Falei mais sobre isso em uma palestra do Congresso de Nutrição Materno-Infantil. Para assistir, é só clicar abaixo: