Prevenir alergias alimentares do bebê: existe a possibilidade?
Muitos pais me perguntam: é possível prevenir alergias alimentares nos bebês? E essa é uma pergunta superdifícil de ser respondida. Afinal de contas, quando alimentamos nossos pequenos nossa preocupação em pegar o telefone rapidamente deve ser unicamente para registrar as caretas e reações que ele faz aos novos alimentos. Jamais ter que ligar para o pediatra relatando que seu filho está tendo uma crise alérgica. E por isso, alguns pais ficam com dúvida sobre como fazer a introdução alimentar dos bebês, pensando em formas de prevenir alergias alimentares. Mas há diversos fatores que podem influenciar, os quais abordo no artigo. Vamos conferir? Quais os fatores envolvidos na alergia alimentar? Para entender formas de prevenir alergias alimentares, antes de tudo é necessário compreender o que as desencadeiam. Algumas pessoas reagem com o que os médicos chamam de reação de hipersensibilidade ao comer certos alimentos ou aditivos. Normalmente são os alimentos comumente usados que causam as reações. Para que uma reação adversa seja chamada de hipersensibilidade alimentar, os sintomas de um indivíduo devem ser de um determinado tipo, especificamente: Aparece quando uma pessoa come determinado alimento Desaparece ou diminui quando uma pessoa evita o alimento Reaparecem quando a pessoa reintroduz o alimento problemático A hipersensibilidade alimentar é dividida em dois tipos: alergia alimentar e hipersensibilidade alimentar não alérgica. E o que desencadeia a alergia alimentar? Nosso conhecimento sobre as causas da alergia alimentar é limitado. Os cientistas suspeitam que certos genes, bem como condições no estômago e no intestino, podem desempenhar um papel no desenvolvimento da alergia alimentar. Há vários fatores que aumentam o risco, que fazem uma criança ser mais alérgica que a outra. Por exemplo, pode ser um componente genético, com famílias que tenham membros alérgicos ter maior probabilidade que o bebê também desenvolva a alergia. Alguns genes possivelmente têm um papel específico nas respostas alérgicas aos alimentos. Podem ser genes que codificam moléculas com uma função no sistema imunológico ou com uma função na quebra de proteínas alimentares no intestino. O alimento que comemos precisa ser digerido em pequenas moléculas antes que nosso corpo possa fazer uso dele. Em geral, os alimentos cozidos são mais digeríveis do que os crus. O alimento é primeiro dividido em partículas menores quando o mastigamos. As enzimas no intestino, junto com o ácido no estômago, são essenciais para a decomposição final dos alimentos em suas partes componentes. Se o alimento não for decomposto adequadamente no intestino, pode ser que os alérgenos alimentares sejam disponibilizados para o sistema imunológico do intestino de forma a promover sua alergenicidade. Portanto, os indivíduos com acidez estomacal reduzida (por exemplo, devido ao tratamento com antiácidos) podem estar predispostos a se tornarem alérgicos aos alimentos ou podem piorar os sintomas de uma alergia alimentar pré-existente. Os bebês podem ser mais suscetíveis a desenvolver alergia alimentar porque têm intestinos imaturos. Leia também::: Por que existem alimentos que a gestante não deve consumir? Mas como prevenir alergias alimentares? O fato é que quando temos um intestino saudável, uma microbiota intestinal saudável, temos maiores chances de não desenvolver uma alergia alimentar. E falando nos bebês, essa preparação inicia ainda na gestação. A mamãe deve comer de tudo, e não excluir desnecessariamente determinados grupos de alimento. Claro que, quando falamos em comer de tudo, falamos em uma dieta saudável e nutritiva. Mas o fato é que quando a mamãe come determinado alimento, essas proteínas são também transferidas ao bebê. Isso fará com que seu organismo já entenda que elas não são nocivas, e podendo de certa forma prevenir alergias alimentares. Ou seja, é a exposição que ajuda a prevenir. Não ter contato com determinados alimentos apenas aumenta a possibilidade do organismo estranhar aquela proteína. Faça uma introdução alimentar adequada Outro ponto que contribui para prevenir alergias alimentares do bebê é fazer uma introdução alimentar adequada a partir dos seis meses. Expor o bebê nesse período de janela imunológica que existe, que vai dos 6 meses aos 10 meses de vida, permite que seu organismo reconheça os alimentos. Por isso, ofereça ao seu filho alimentos como o ovo, por exemplo. Ofereça a gema, a clara. Seu bebê também deve ser apresentado a outros alimentos potencialmente alergênicos, como o peixe. Ofereça pedacinhos de peixe a ele dentro da alimentação saudável que você estará oferecendo nessa introdução alimentar. Há diversas evidências científicas que mostram que isso previne riscos futuros de uma alergia alimentar. Sem contar que também ajudará na saúde e no desenvolvimento futuro do bebê. A exclusão desnecessária não diminui ao risco, ao contrário, pode aumentar suas chances de desenvolver uma alergia alimentar futura. Tenha sempre acompanhamento Claro que é fundamental que seu bebê tenha sempre um acompanhamento de um bom pediatra e também de um bom nutricionista materno-infantil. Ou seja, eles saberão identificar rapidamente se seu bebê apresenta alguma alergia alimentar caso algum sintoma venha a surgir. E procurar manter um estilo de vida saudável mantém um monte de doenças. Ofereça alimentos saudáveis ao seu bebê, permita que ele desenvolva uma microbiota intestinal em equilíbrio. Isso evita que ele tenha qualquer chance de problema futuro. Portanto, a melhor forma de prevenir alergias alimentares em bebê é saber reconhecer seus sintomas e permitir que ele possa conhecer os alimentos potencialmente alergênicos mais precocemente. E mesmo na gestação, isso deve iniciar. Confira ainda o vídeo sobre o tema que publiquei em meu canal no Youtube. É só dar o play logo abaixo!
Se o bebê só quer mamar em vez de comer, o que fazer?
Você pesquisou e descobriu que a introdução alimentar das crianças deve ocorrer entre os 6 meses e um ano. Mas seu bebê só quer mamar em vez de comer, e isso pode ser preocupante para você! Mas calma! Antes de tudo é preciso dizer que cada bebê — assim como qualquer ser humano — é diferente. E como tal, não há uma regra exata de quando seu bebê vai querer outros alimentos além da amamentação. Porém, a introdução alimentar é um processo necessário, mas que requer calma, compreensão e muito amor. É nesse momento que você determinará grande parte dos gostos futuros do seu filho. E sobre como fazer essa introdução alimentar em seu bebê que só quer mamar que trato no artigo a seguir. Vamos conseguir juntas? O que é a introdução alimentar? A introdução da alimentação complementar – período que vai dos 6 meses a 1 ano – é um verdadeiro universo de descobertas. É nessa fase que seu bebê começará a conhecer novos alimentos, novos sabores. Também um momento de grande aprendizado para eles e também para os pais. É nesse momento que a amamentação começará a deixar de ser a principal fonte de nutrientes, passando a ocupar um passo secundário — mais ainda importante — no desenvolvimento dos bebês. Até os seis meses de idade, a recomendação é que o leite materno seja sua única fonte de alimento. Após essa fase, o ideal é iniciar a introdução alimentar. Começar com sólidos é um marco de desenvolvimento único e realmente não existe uma idade mágica que se adapte a todos os bebês. Ou seja, pode ser um pouquinho depois, mas não é aconselhado que ocorra antes. Observe se seu bebê está pronto para comer sólidos e baseie sua decisão de quando começar nessas observações combinadas com uma conversa com seu pediatra. Além disso, seu bebê se mostrará pronto quando: Pode sentar-se sem apoio Mostra interesse em comida, como estender a mão para pegar a comida, abrir a boca ou inclinar-se para a frente Mas se o bebê só quer mamar? Como dissemos lá no início, cada ser é único. Ou seja, não é porque seu filho já tem mais de seis meses e já se senta sem apoio, que irá aceitar todos os alimentos que oferecer a ele. Em alguns casos, ele pode ser relutante e só querer mamar ao invés de comer. E em geral, isso vem acompanhado de caretas, recusa, choro e pratos jogados no chão! É preciso lembrar que ele estará experimentando novos sabores e texturas. E como toda mudança, pode não ser fácil. Quando isso acontecer, as dicas que dou são: Entenda que cada bebê tem seu tempo Construa uma rotina alimentar, definindo o horário da introdução alimentar Organize os horários das refeições e mamadas Se ele estiver de barriga cheia, é provável que não aceitará nada Se estiver com muita fome, ou então com sono, também pode haver recusa de alimentos Tudo é um processo e como tal requer carinho e compreensão. Procure conversar com seu bebê, diga palavras de incentivo e, quando for possível, o coloque para fazer suas refeições junto com a família. Ele se sentirá integrante desse momento e pode ser mais colaborativo. Também permita que ele toque os alimentos, sinta sua textura, aroma e sabor. Por exemplo, permita que ele mesmo pegue o brócolis e leve a boca. Ou então que coloque a mão naquele purezinho que você preparou e leve a boca. Tudo são experiências e novas descobertas para ele! Tudo ficará bem! Com o passar do tempo, é possível compreender quais alimentos ele mais gosta, o que vai tornando mais fácil o processo. Ele deixará de querer só mamar e passará a gostar dos novos alimentos. O ideal é também seguir uma nutrição balanceada, de acordo com suas necessidades. Procure evitar os alimentos industrializados e dê preferência por aqueles preparados especialmente ao seu filho. Você também pode elaborar um cardápio, com um alimento de cada grupo: 1: Carne bovina, suína, aves, peixes ou ovo 2: Espinafre, couve, brócolis, escarola, rúcula, couve-flor, alface, repolho, tomate. 3: Cenoura, beterraba, abobrinha, berinjela, nabo, chuchu, pepino, abóbora. 4: Batata (todos os tipos), cará, inhame, mandioca. 5: Arroz, aveia, fubá (de milho orgânico), massas artesanais, quinoa. 6: Feijão (todos os tipos), lentilha, grão-de-bico, ervilha, vagem. Dessa forma você prepara uma refeição completa para o seu bebê, que além de nutritiva, também será bastante saborosa. Portanto, se seu bebê só quer mamar em vez de comer, tente seguir as dicas acima! Com paciência e muito carinho, essa fase será superada!
Como ser um nutricionista atualizado na área materno-infantil?
Como ser um nutricionista atualizado na área materno-infantil? Eu recebo todos os dias essa pergunta, seja de amigos, profissionais conhecidos, ou mesmo nas redes sociais. E de fato, se manter atualizado é de fundamental importância em qualquer área. E na nutrição materno-infantil essa busca constante por novidades é ainda mais crítica. Afinal de contas, é com a vida das pessoas que estamos lidando. Por isso, preparei esse artigo com algumas dicas que você pode aplicar facilmente, ficando sempre atualizado. Vamos lá? A importância da atualização A nutrição é uma área bastante vasta e atender todos os públicos é praticamente impossível. Até pouco tempo atrás era comum ouvir as pessoas dizendo que atendiam de tudo, e também faziam nutrição materno-infantil. Ou então pessoas que achavam que era bobagem se especializar em uma área específica da nutrição. E eu digo: É preciso se especializar sim! O universo materno-infantil é complexo, cheio de particularidades, e tudo o que acontece nesse binômio mãe-feto, mãe-filho, vai ter impacto não apenas nessa, mas também nas futuras gerações. É preciso entender que a criança não é um adulto em miniatura, ela tem suas particularidades que precisam ser observadas. Inclusive, essas particularidades em geral são exclusivas de cada fase de sua vida. LEIA TAMBÉM>>> Estudo demonstra como a amamentação previne obesidade infantil Como ser um nutricionista atualizado? Não tem segredo: é estudar. O Pubmed está aí para todo mundo, com muitos artigos, estudos, novidades, em todas as áreas da saúde e da medicina. Outra dica que dou é fazer uma boa pós-graduação. Em geral, nas graduações de Nutrição recebemos um conhecimento mais genérico, que permite que possamos dar início aos nossos atendimentos de forma mais genérica. Mas a pós-graduação vai ampliar nosso conhecimento dentro de determinado nicho. E não importa qual caminho você deseja seguir, se é na área materno-infantil, na esportiva, geriátrica, ou tantas outras que existem. Mas ser um nutricionista atualizado é um grande diferencial de mercado e permite que você possa ter mais clientes. Mas recomendo sempre que procure uma pós-graduação que seja de relevância, que agregue conhecimento à sua prática. E não apenas para ter um certificado. Afinal de contas, não é isso que fará tanta diferença, mas sim o seu conhecimento e como você aplicará nos seus pacientes. Faça cursos Fazer cursos também é uma forma bastante eficiente para quem deseja ser um nutricionista atualizado. Temos vários cursos online, de qualidade. E que avançaram bastante no último ano, em função da pandemia. Hoje é possível também frequentar virtualmente congressos, temos entidades promovendo congressos internacionais de forma virtual, jornadas, meetings. Ou seja, há inúmeras possibilidades para nos mantermos atualizados dentro da área escolhida. Por exemplo, dentro da área materno-infantil, temos a Abranmi (Associação Brasileira de Nutrição Materno Infantil). Lá é possível ter um amplo acesso a diversos estudos, artigos, cursos, congressos e uma infinidade de outros materiais que permitem que possamos nos manter atualizados na área. Invista em você! Saber como ser um nutricionista atualizado é de fundamental importância para quem quer se destacar na área. Além disso, no caso da nutrição materno-infantil, é um ato de amor, e que permitirá que você possa aplicar cada vez mais conhecimento aos seus atendimentos. Espero que tenha gostado do artigo sobre como ser um nutricionista atualizado. E para ficar sempre sempre novidades sobre a área, me siga nas redes sociais. Estou no Youtube, Facebook e Instagram.
Criança abaixo do peso: quando devemos ficar em alerta?
Com as taxas de obesidade infantil disparando nas últimas décadas, aumentando a incidência cumulativa de diabetes tipo 2, hipertensão e doença renal crônica, pode parecer frívolo se preocupar com uma criança abaixo do peso. Mas crianças abaixo do peso da faixa considerada normal também podem ter problemas de saúde. Por exemplo, algumas crianças com baixo peso têm problemas digestivos, como doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) ou doença inflamatória intestinal. E embora seja muito mais provável que os pais se preocupem sem motivo com uma criança aparentemente mais magrinha, há situações em que isso pode ser um problema. Baixo peso ou magro? Estar abaixo do peso não é o mesmo que ser magro ou esguio. Algumas crianças têm uma constituição física esguia e a mantêm com uma dieta bem balanceada e atividade física. Isso é normal e saudável. No entanto, um verdadeiro baixo peso pode ser um sinal de problemas alimentares, de saúde ou emocionais. Mas quando um pai deve se preocupar e como reconhecer uma criança abaixo do peso para sua idade? Você pode começar tendo uma ideia do Índice de Massa Corporal do seu filho e onde ele se enquadra na escala geral. O IMC é um cálculo do peso de uma criança em quilogramas dividido pelo quadrado de sua altura em metros. Para crianças e adolescentes, o IMC é específico para a idade e o sexo, o que lhe valeu a marca de “IMC para a idade”. É muito importante não usar a escala de IMC de adultos em crianças! Isso pode gerar distorções, já que o IMC de uma criança é diferente de um adulto. E quero frisar ainda que o IMC é apenas para os pais terem uma noção sobre criança abaixo do peso. Nada jamais substitui a experiência de um profissional médico ou nutricionista. A coisa mais importante a saber é porquê seu filho está abaixo do peso. Embora algumas crianças simplesmente não comam o suficiente, existem muitos motivos possíveis, como infecções, alergias alimentares e problemas intestinais, endócrinos, cardíacos, pulmonares e hepáticos. E como fazer com que ganhe peso? Se você passar por essa etapa com seu filho e tudo estiver bem, existem algumas estratégias para ajudar potencialmente seu filho a ganhar peso. Por exemplo, para garantir um ganho de peso saudável, é necessário que a criança começa nutrientes necessários para o seu desenvolvimento. E a variedade é a melhor escolha! Apostar em alimentos ricos em cálcio, proteínas, vitaminas, ferro, e outros nutrientes essenciais ao seu desenvolvimento é o primeiro passo. E jamais introduza uma dieta rica em gordura! As carnes são muitos importantes para garantir o ganho de peso saudável, e são ricas em ferro. Mas caso a criança se recuse a comer, sucos naturais após a refeição podem compensar ao permitir a absorção do ferro inorgânico pelo organismo. Aproveite ao máximo cada momento Sabemos que a rotina do dia a dia nem sempre nos permite dedicar total atenção à alimentação dos nossos filhos. Mas quando for possível, os convide para ajudar no preparo das refeições. Vá perguntando quais os alimentos que gosta, e apresente outros a ele, permitindo que ele ajude à sua maneira a prepará-los. Isso fará com que ele tenha mais vontade também de comê-los depois! E quando a criança abaixo do peso não come direito, outras abordagens também podem ser adotadas. E é sobre isso que falo no vídeo abaixo. Dê o play e confira agora mesmo!
Como oferecer alimentos sólidos ao bebê na introdução alimentar?
Este é um grande dilema, principalmente para as mamães de primeira viagem! Saber como oferecer alimentos sólidos ao bebê na introdução alimentar é um tema recorrente, e que amo explicar! Claro que nos primeiros meses, o leite materno deve ser a única fonte de alimento dos bebês. Mas a partir dos seis meses, podemos iniciar a introdução alimentar de sólidos na dieta das crianças. E esse é um processo que não tem regra pronta, afinal de contas cada bebê é único e cabe às mamães observarem como acontece esse processo. Porém, algumas dicas podem ser seguidas, e é sobre elas que abordo no artigo a seguir. Vamos lá?! Quando oferecer alimentos sólidos ao bebê? Por volta dos 4 aos 6 meses, a maioria dos bebês está pronto para começar a comer alimentos sólidos como complemento da amamentação. Durante esse período, os bebês normalmente param de usar a língua para tirar o alimento da boca e começam a desenvolver a coordenação para mover os alimentos sólidos da frente da boca para trás, para tentar engoli-los. E uma forma de perceber o momento de iniciar esse processo ocorre quando: Seu bebê pode sentar-se ereto e erguer a cabeça O bebê está curioso, olhando para tudo ao seu redor — especialmente o que você está comendo! Ele perdeu o reflexo de empurrar a língua que automaticamente empurra a comida para fora de sua boca Ela ainda parece estar com fome depois da amamentação É importante frisar que não há necessidade de apressar esse marco. A maioria dos bebês está pronto para começar com sólidos entre 5 e 6 meses. E jamais comece com sólidos antes de 4 meses. Apenas use o garfo! A introdução de alimentos sólidos na dieta do bebê é um momento muito importante, e que inclusive ele levará isso para toda sua vida. Por isso, é importante começar da forma certa. Até bem pouco tempo atrás, era comum os pais fazerem sopinhas e bater tudo no liquidificar e ainda peneirar depois, antes de colocar na mamadeira. Hoje isso é algo que nem devemos cogitar! O certo é apenas usar o garfo e esmagar a comidinha que será servida ao bebê. Nada de liquidificador nem peneira. E a medida que a mamãe vai ganhando confiança, vendo que o bebê vai aceitando o alimento, ela pode ir tentando pedacinhos cada vez maiores, num processo que deve envolver muito carinho e atenção. E importante também frisar que cada criança tem seu tempo. Não é porque o filho de sua amiga já come pedaços maiores com a mesma idade, que seu bebê precisa fazer o mesmo. Mas isso deve ser bastante respeitado, e permitir que a criança se adapte ao processo naturalmente. E conforme vamos percebendo que eles aceitam pedacinhos cada vez maiores, eles também já vão usando as mãozinhas para se alimentar sozinhos. E devemos também estimular isso, ao cortar alguns alimentos para que eles possam pegar sozinhos. Uma dica que dou é oferecer o brócolis cozido. Ele é um alimento superfácil de preparar e oferecer aos bebês, permitindo que eles peguem e levem à boca. Também sugiro a manga, mas tirar todo o excesso de polpa e oferecer para que ele pegue o caroço com um pouco de polpa e leve a boca. É um alimento muito divertido, e que ele já aproveita para coçar sua gengiva. LEIA TAMBÉM>>> Crianças vegetarianas: como fazer a introdução alimentar e conduzir a alimentação? Sempre com supervisão de um adulto Com o passar do tempo é possível ir acrescentando outros alimentos, conforme o bebê vai se desenvolvendo. E como é um processo, a calma e a compreensão devem sempre caminhar juntos. Mas tenho certeza que toda essa fase ficará marcada para sempre na memória dos pais. Aliás, é importante ainda que sempre ao oferecer alimentos sólidos ao bebê, um adulto acompanhe o processo. Isso garante que ele se alimente com segurança, não coloque muito alimento ao mesmo tempo na boca e venha a se afogar. Uma dica que dou também é que a alimentação do bebê aconteça sempre junto da refeição em família. Isso já vai criando esse vínculo familiar e permitindo que o bebê possa participar cada vez mais desses momentos. E então? Consegui tirar suas dúvidas sobre como oferecer alimentos sólidos ao bebê na introdução alimentar? Espero que sim! Por isso, já lhe convido a me seguir nas redes sociais. Tenho canais no Facebook, Instagram e Youtube, sempre compartilhando dicas para uma melhor qualidade de vida para todos!
Quais bebidas para grávidas são permitidas?
Quer saber quais bebidas para grávidas são permitidas? Existem muitas dúvidas sobre a alimentação ao longo da gravidez. Porém, o que poucos sabem é que nem todas as bebidas são indicadas durante esse período. Mesmo que sejam naturais e não pareçam oferecer riscos à saúde, precisam ser avaliados e com alguns até as pacientes tendem a se surpreender em relação à proibição. Confira a seguir quais são as bebidas para grávidas permitidas e proibidas. Água Sem dúvidas, uma das bebidas mais importantes para a gestante. A hidratação é essencial para todas as pessoas, mas em especial nessa fase em que uma nova vida se forma. Ao longo da gestação, o organismo tem uma demanda maior por água devido ao líquido amniótico e às funções do intestino. Com a ajuda do nutricionista materno-infantil, a gestante pode chegar à quantidade de água necessária ao longo do dia. A água auxilia na manutenção da temperatura do organismo, melhorando o seu funcionamento. Nos casos em que a gestante sofre muito com enjoos, é possível adicionar limão ou gengibre à água. Sucos de frutas Não são proibidos, porém, devem ser consumidos sob orientação do nutricionista. Isso porque os sucos trazem apenas o açúcar da fruta que é a frutose, desprovido das fibras da fruta que poderiam auxiliar no processo de digestão. Eu prefiro aconselhar o consumo da fruta in natura. Porém, caso a gestante não apresente problemas glicêmicos, o suco natural pode ser consumido com moderação. Além da orientação profissional, também peço que priorize usar a fruta orgânica e passe longe dos sucos industrializados disponíveis em supermercados. Refrigerantes Acredito que o refrigerante não é uma bebida adequada a nenhuma fase da vida, muito menos enquanto a mulher espera bebê. Os aditivos, açúcares e corantes excessivos dessa bebida inflamam o corpo da mulher e do bebê. Além de programar metabolicamente o organismo do futuro filho para desenvolver uma série de problemas. Por isso, nos casos em que a gestante não fica sem refrigerante, o ideal é substituir pelas bebidas permitidas desde o preparo pré-gestacional. Álcool É muito comum a pergunta sobre a dose segura de álcool na gravidez. E a resposta é simples: zero! Conforme estudo da Academia Americana de Pediatria, todo o nível alcoólico consumido pela mãe é absorvido pelo feto em 30 minutos. Mas, o pior de tudo foi a conclusão final. Como o organismo desse ser humano em formação é muito imaturo, esse álcool é sentido 8 vezes mais forte. Portanto, não, gestante não pode consumir álcool. Leite O leite pode ser consumido, mas não é obrigatório. O cálcio pode ser obtido por outros meios, como queijos, iogurte natural, leites vegetais enriquecidos, gergelim e vegetais em tom de verde escuro. Além disso, em muitos casos, a suplementação desse mineral pode ocorrer. Esse alimento, de fato, eu recomendo que converse com o nutricionista para avaliar se existe necessidade. Chás Apesar de naturais, os chás baseados em ervas não são recomendados para gestantes. Isso porque a sua composição varia de acordo com cada região onde é cultivado e nem sempre se sabe quais os efeitos podem ser desencadeados. Recomendo os chás baseados em cascas de frutas e orientação de nutricionista para consumo. Bebidas fermentadas como kombucha e kefir O kefir cultivado com leite ou água são altamente recomendáveis para as gestantes, desde que sejam tomados os cuidados para que não brotem microorganismos indesejados. Toda higiene é muito bem-vinda no preparo. No entanto, a kombucha, como tem na base de seu preparo o chá verde, nem sempre é recomendada. Bebidas cafeinadas não são uma boa opção para a gestante, conforme veremos no próximo item. Café A cafeína é um estimulante cerebral para a mulher e seu bebê. Assim, quanto menos for consumido, melhor. O café descafeinado não é indicado devido ao processo químico de remover a cafeína ao qual é submetido. Peço para evitar, principalmente, as versões capsuladas devido ao contato com plástico e alumínio e altamente contaminantes. Espero que este artigo tenha esclarecido sobre quais bebidas para grávidas são permitidas. Até a próxima!
Por que existem alimentos que a gestante não deve consumir?
A maior parte das pessoas já ouviu que existem alimentos que a gestante não pode consumir. No entanto, é também comum notar que muitas gestantes são educadas para “satisfazer os desejos” ao longo da gestação, o que significa ingerir aquilo que sente vontade sem pensar em nenhuma consequência. A realidade é que, na teoria, o bem-estar e a saúde do seu bebê deveria estar em primeiro lugar. Por isso, resolvi falar sobre as razões pelas quais esses itens devem passar longe do prato da gestante. Sabemos que todas as pessoas devem comer saudável. Mas, o que deixar de comer para ser saudável? Quais as implicações disso para a saúde? Bebida alcoólica Muito se fala sobre os níveis seguros de álcool na gestação. É fácil responder a essa dúvida. A dose segura é zero. Nenhuma taça de vinho, espumante ou qualquer bebida alcoólica deve ser ingerida durante a gestação. A literatura científica mundial é muito enfática em mostrar que o corpo do bebê recebe esse álcool pela placenta. Com o agravante de que o fígado é muito imaturo e, portanto, metaboliza esse álcool de forma diferente. Existem artigos que citam a sobrecarga para o bebê multiplicando por 8. Ou seja, se a mulher bebeu uma taça de vinho, para o bebê, é como se tivesse bebido 8. Logo, a bebida alcoólica está no topo da lista dos alimentos que a gestante não pode consumir. Leite não-pasteurizado Quando o leite não é pasteurizado, esse alimento e seus derivados (queijos, nata, cremes) oferecem risco de contaminação à gestante. Aliás, todo alimento consumido pela gestante deve ser higienizado adequadamente para evitar esse mal. O mesmo vale para carnes cruas e mal passadas. Saladas devem ser bem higienizadas com soluções, e enxaguadas. Além disso, evitar esse tipo de alimento principalmente vendido nas ruas por não saber como é o processo de higiene. Refrigerante e alimentos ultraprocessados Ao longo da gestação, estamos nos primeiros mil dias da criança. É o período de desenvolvimento de ouro! Logo, essas opções devem ser substituídas pela comida de verdade. Alimentos com aditivos químicos podem comprometer o desenvolvimento da criança em todos os sentidos. Açúcar Aqui, não falo apenas sobre o açúcar branco e os doces mais tradicionais. Sei que muitas gestantes consomem sucos naturais ao longo da gestação e acreditam não ter problema nenhum. A frutose, que é o açúcar das frutas concentrado nessas opções, causa picos de insulina no organismo assim como se tivesse consumido outro açúcar. É preciso ficar de olho especialmente em casos de risco de ganho de peso elevado ou diabetes gestacional. Esse manejo do consumo de frutas e sucos deve ser orientado pelo nutricionista materno-infantil. Cafeína e chás estimulantes Quando falamos em café, a maior parte dos artigos recomenda que não seja incluído na alimentação da gestante. Quando esse é um item importante, recomendo diminuir aos poucos tanto a frequência das xícaras de café quanto a concentração do café na bebida. Vamos fazendo cada vez mais fraco, até que possa ficar sem. Afinal, a cafeína também é um estimulante cerebral que não traz benefícios ao bebê. Falei mais sobre as bebidas permitidas e proibidas para gestantes neste artigo. Espero que este artigo tenha esclarecido sobre quais alimentos não devem ser consumidos pela gestante. Para saber mais, assista ao vídeo abaixo e aproveite para se inscrever em meu canal do YouTube.
Alimentação orgânica para crianças: quais os benefícios?
Os alimentos orgânicos estão ganhando as mesas e os paladares dos brasileiros. A Pesquisa do Consumidor Orgânico 2019, publicada na Revista Crescer, aponta que 1 em cada 5 de nós, que vivemos nesse país, adquirimos o hábito de consumir orgânicos regularmente. Em uma realidade em que a maior parte dos alimentos que compramos e consumimos está contaminada, optar o máximo possível por alimentos orgânicos é um meio de garantir que as crianças estarão menos expostas aos elementos tóxicos. Felizmente, com a conscientização sobre os benefícios da comida orgânica estão cada vez mais sendo difundidos e os efeitos já refletem os hábitos de consumo. Hoje, quero ressaltar a importância dos alimentos orgânicos durante a infância e trago alguns dados bastante animadores sobre o incremento do consumo por parte das famílias. Descobrir o sabor da comida de verdade Quando falamos em alimentos contaminados por plásticos e metais, ligamos imediatamente aos prejuízos à saúde, que não são poucos. Porém, na fase da introdução alimentar complementar, e mesmo ao longo dos primeiros anos de vida, conhecer o sabor de cada alimento é de suma importância. Além dos malefícios a saúde, esses elementos tóxicos também influenciam no sabor dos alimentos. As opções orgânicas contam com sabor muito mais acentuado dos legumes, frutas, verduras e grãos. Diferente dos convencionais que, muitas vezes, trazem traços dos conservantes e dos aditivos químicos utilizados pela indústria alimentícia. Alimentos livres de metais pesados Quando cultivados em solo especialmente preparado, livre de agrotóxicos, significa também que esses alimentos contam com menor contaminação pelos metais pesados. Um estudo realizado pela Food and Drug Administration, agência reguladora dos Estados Unidos, mostrou que metais tóxicos foram encontrados em 95% das comidas direcionadas a bebês daquele país. Foram encontrados metais como chumbo, cádmio, arsênico e mercúrio em 168 tipos de alimentos de 61 marcas diferentes. Embora esse estudo não tenha sido realizado no Brasil, sabemos que por aqui a realidade é bastante parecida. Portanto, um motivo a mais para optar pelo consumo de orgânicos. Consumo consciente é mais saudável Quando o consumidor escolhe os alimentos orgânicos, beneficia uma cadeia produtiva saudável. Começando pelo próprio produtor rural, que sente-se motivado a permanecer com a agricultura orgânica. Esse modelo proporciona muito mais qualidade de vida a quem trabalha, afinal, evita o contato com pesticidas e outros elementos tóxicos que, quando o agricultor fica exposto, tende a acumular e pode acarretar problemas de saúde. Além do próprio consumidor se beneficiar. Não apenas porque o orgânico é mais saudável, mas porque optar pelo orgânico faz que se incline a escolhas mais saudáveis e evite os itens processados das prateleiras. A tendência é que consuma mais frutas e legumes regionais e da época, o que são fatores importantes para uma alimentação mais saudável. Assim, a criança também tende a crescer conhecendo mais sobre a origem da comida. Também pesa a questão ambiental, afinal, a agricultura orgânica é muito mais sustentável e não prejudica a natureza, afinal, nenhuma área é desmatada para o plantio e não gera resíduos tóxicos. Por que o consumo aumentou? A Pesquisa do Consumidor Orgânico constatou um crescimento no consumo de orgânicos em relação a 2017, quando estava em 15%. E o melhor: a razão apontada para o consumo de orgânicos por 84% dessas pessoas deu-se por uma escolha de viver com mais saúde. Outros motivos foram a preocupação com o meio ambiente e a vontade de experimentar alimentos novos. Entre os que já consomem, 67% dizem ter vontade de aumentar o consumo de orgânicos. Uma questão levantada entre os motivos para não consumir é o preço. Acredito que valha uma reflexão por parte do consumidor. Afinal, o agricultor conta com perdas maiores sem usar agrotóxicos e, escolhendo as sementes orgânicas, também os vegetais não crescem tanto para pesar mais. Assim, o preço só melhora quando as pessoas, de fato, adquirirem mais desses produtos em seu dia a dia. É interessante ensinar desde cedo bons hábitos às crianças, bem como os benefícios à saúde física e mental.
Lista de supermercado saudável: como fazer?
Fazer uma lista de supermercado saudável e segura é uma missão que exige plena atenção e também planejamento de quem fica responsável por essa função. É que o equilíbrio alimentar inicia exatamente nas opções que escolhemos no supermercado e na feira. São essas escolhas que refletem em nosso dia a dia alimentar e, por consequência, na saúde de toda a família. Preparei algumas dicas práticas para auxiliar essa tarefa tão importante e que é, ao mesmo tempo, corriqueira na vida de todos nós. Liste tudo o que for preciso Em primeiro lugar, verifique o que já tem na despensa, na geladeira e no freezer. Muitos itens podem e devem ser aproveitados, sem necessidade de adquirir novos do mesmo. Assim, é interessante organizar uma lista separada de acordo com os setores do supermercado, o que otimiza o tempo dentro do próprio estabelecimento e evita também aquelas voltas ao longo da semana só para buscar algo esquecido. Por onde começar? Ao listar o que é preciso, recomendo iniciar pelos alimentos frescos. Frutas, verduras, ovos, grãos laticínios… Começar pelos itens mais saudáveis fazem que o carrinho fique mais cheio desse tipo de alimento do que dos industrializados. Prefira as verduras, frutas e legumes da estação. Elas têm maior qualidade nutricional e são mais baratas. No entanto, deixe os alimentos resfriados por último. De preferência, deixe juntos no carrinho, na parte abaixo das compras, para manterem-se em baixas temperaturas por mais tempo. Especialmente carnes. A depender da distância do supermercado e do tempo de compras, vale a pena ter uma caixa de isopor ou térmica no carro para transportar esses alimentos. Além disso, jamais esquecer de manter produtos de limpeza sem contato algum com esses itens frescos para evitar contaminação. Foque na segurança alimentar Prestar atenção nas datas de validade e estado de conservação da embalagem é essencial para não levar para casa alimentos contaminados. Assim, é bom ficar de olho em promoções muito atraentes. É comum que sejam realizadas apenas para eliminar tais itens das prateleiras. Fique de olho nos rótulos A lista de ingredientes é sempre feita em ordem decrescente, ou seja, os primeiros que aparecem são os que estão em maior quantidade no produto e os últimos em menor quantidade. Os nomes dos ingredientes devem ser parecidos com o que temos na nossa cozinha, nomes que lembram produtos farmacêuticos geralmente são aditivos químicos (Por exemplo: Benzoato de Sódio INS 210: conservante, Amarelo INS 101: corante, etc). Levar as crianças junto: sim ou não? Se deseja incluí-las nessa tarefa doméstica, prefira levá-las à feira onde há menos “guloseimas” à vista. Uma boa alternativa é levá-las às feiras, onde predomina a exposição de alimentos saudáveis. Por último, mas não menos importante, recomendo que tenha com você sacolas recicláveis. Assim, evita poluir o meio ambiente com as sacolas plásticas, que levam muito tempo para se decompor. Dar esse exemplo às crianças também ajuda na conscientização. Tenha em mente que ir ao supermercado não deve ser enxergado como um sacrifício, mas uma oportunidade de cuidar ainda melhor da saúde de nossa família. Se conseguir se organizar, certamente otimizará seu tempo! Espero que minhas dicas de como fazer uma lista de supermercado saudável ajude em seu cotidiano.
Quero engravidar: como fazer o preparo do corpo?
A decisão de aumentar a família vem acompanhada de diversas mudanças na vida do casal. Os cuidados para que o quarto tenha o melhor conforto, no futuro a melhor escola e também as melhores oportunidades. Tão importante quanto todas essas variáveis é o preparo do corpo e da saúde para gerar o bebê e garantir que ele tenha uma fisiologia saudável a ponto de permitir que ele usufrua de toda a felicidade que seus pais querem transmitir. É mais comum que o preparo do corpo venha da mulher, e mais: entre aquelas que contam com alguma dificuldade para engravidar. Recebo em meu consultório dúvidas como: “Quero engravidar, mas não consigo porque sofro com infertilidade” Ou mesmo: “Quero engravidar, mas tenho alguma doença. Isso pode fazer mal para o meu bebê?”. As influências do organismo materno e paterno se estendem por longos anos e até as próximas gerações. É por isso que, tanto pai quanto mãe, independente se estão com alguma doença ou não, precisam preparar os corpos para engravidar. Continue até o final para saber mais. O microcosmo que envolve a primeira célula Um artigo publicado na Revista Science revela que o ambiente em que o óvulo é fecundado e gera a primeira célula humana pode determinar os desdobramentos da saúde ou da doença que o bebê pode ter. Esse microcosmo envolve o histórico epigenético do pai e da mãe. Todas as memórias celulares são repassadas a essa primeira célula. Dessa célula, todo o emaranhado celular que vai começar a formar esse novo ser humano define o quão hostil ou amigável é o ambiente em que vai ocorrer esse desenvolvimento. Sabemos que os hábitos de vida dos pais e também fatores ambientais refletem diretamente nessa formação. Como pouco é abordado sobre o assunto, vemos os resultados traduzidos em estatísticas de aumento de casos de autismo, obesidade, síndrome metabólica, hipertensão e outras doenças que não eram tão comuns em crianças. Muito antes de sonhar com a gestação Gosto de dizer que os hábitos saudáveis deveriam fazer parte da vida das pessoas independente da sua fase. Afinal, a decisão de ter filhos pode surgir a qualquer momento. Quando o casal decide “quero engravidar em breve”, o ideal é que já tenham um histórico de alimentação saudável, estilo de vida ajustado sem sedentarismo e com a gestão do estresse. É interessante, inclusive, que outros profissionais que cuidam dos pacientes tenham em mente que mesmo quando o objetivo do acompanhamento físico ou nutricional seja gerar uma nova vida, em algum momento essa pessoa pode ter filhos. Um obstetra que acompanha uma adolescente. Um nutricionista esportivo que acompanha um homem que treina para ganhar massa muscular. Todos esses casos já podem prever a programação metabólica e contribuir para que as próximas gerações sejam mais saudáveis a partir desse cuidado. Assim, nunca é cedo demais para esse preparo. Sempre é hora. Quando o casal toma a decisão e deseja se cuidar melhor para gerar uma família saudável, é interessante que façam esses ajustes com 1 ano de antecedência. Esse período seria o ideal, principalmente, do ponto de vista de suplementação. Durante esse período, o casal deve realizar exames para medir os nutrientes e a cascata hormonal, além dos exames mais tradicionais como glicemia, hemograma, fator ABO Rh, entre outros. Todos visam rastrear possíveis desordens para que um plano de estilo de vida mais saudável seja traçado, bem como entender as maiores carências nutricionais devem ser supridas com a reeducação alimentar e suplementação. Hoje, já fala-se bastante sobre os primeiros 1000 dias de vida do bebê, da fecundação aos 2 anos de idade. Mas, é importante pensar nos primeiros 1100 dias, contando junto os 100 dias anteriores à fecundação. Logo nesse período, 3 meses antes da fecundação, é muito importante que o casal já esteja com a sua saúde em dia. Como o preparo impacta a saúde gestacional? Quando a gestante e o seu parceiro fizeram o preparo para engravidar, a própria espera torna-se mais tranquila. Com os nutrientes em dia desde o início, as chances de apresentar alguma alteração anormal ao longo da gestação diminui muito. O primeiro trimestre gestacional A gestação é uma fase de ajustes. No primeiro trimestre, o organismo da mulher muda pouco. É importante que o profissional fique atento, principalmente, aos níveis de glicemia, para não prejudicar o decorrer dos próximos meses. Devido à ansiedade com a novidade da gravidez, os enjoos e outros fatores emocionais e de mudanças hormonais, muitas acabam consumindo alimentos em quantidade maior que o necessário. Portanto, é preciso orientar para que a dieta seja balanceada mesmo nas primeiras semanas. O segundo trimestre gestacional Afinal, logo no segundo trimestre, o organismo exige um maior aporte de nutrientes e a suplementação pode ser intensificada. Nessa fase, a mulher começa a ganhar um pouco mais de peso e, de maneira individualizada, pode necessitar de mais calorias por dia. Todo o preparo suplementar e alimentar deve encaminhá-la à reta final, no último trimestre, quando novos exames devem ser realizados para avaliar a sua saúde algumas semanas ante do parto. O terceiro trimestre gestacional Os ajustes realizados no terceiro trimestre visam, principalmente, preparar a mulher em relação à fase de pós-parto e a amamentação. Muitas até imaginam que o principal é o parto, quando trata-se apenas de uma etapa e é preciso um preparo completo para o que está por vir: os cuidados com o bebê. A gestante começa a ser preparado com mais intensidade para a amamentação e, por consequência, a criar e repassar hábitos saudáveis que vão moldar toda a vida do bebê. Lembrando que os cuidados pré-gestacionais ecoam por toda a vida, portanto, devem ser seguidos ao longo da gestação e por toda a vida dessa criança e também dos pais. Afinal, o exemplo é muito importante. Espero ter esclarecido algumas dúvidas sobre o preparo para engravidar. Para saber mais, assista ao vídeo abaixo e aproveite para se inscrever em meu canal do Youtube.