Meu filho come demais, o que fazer?
Em meu cotidiano de consultório, eu atendo muito os dois extremos. Famílias com crianças que não comem nada e aquelas mães com a queixa: “Andreia, meu filho come demais”. O que fazer nesses casos? Neste artigo, vou tratar daquelas situações em que a família acredita que a criança está comendo exageradamente. Eu preciso salientar, em primeiro lugar, sobre o mecanismo de auto-regulação. Todos nós contamos com essa regulação que define o quanto comemos – quer a pessoa tenha muito ou pouco apetite. Nas crianças, algumas situações atrapalham o funcionamento desse mecanismo, tais como: Comer na frente da TV, do tablet ou realizando alguma outra atividade em paralelo; Pressão para comer tudo que está no prato. Além do mecanismo, a capacidade gástrica de cada pessoa varia, inclusive das crianças. Algumas comem mais que as outras e pode ser normal. Seu papel como pai ou mãe é ficar de olho no desenvolvimento do pequeno. Se o peso está saudável e a saúde em dia, não há razão para se preocupar. “Meu filho come demais”, mas come o que? Esta deve ser a primeira questão observada. Quando a criança é aquilo que chamamos de “boa de garfo”, consumindo grande quantidade e variedade de frutas, verduras, cereais integrais e legumes, pode ser que o seu ritmo de crescimento esteja exigindo muitos nutrientes. Por reflexo, vai comer mais. As fases mais características desse “meu filho come demais” é no primeiro ano de vida e na fase que antecede o estirão da adolescência. Porém, há casos em que as crianças abusam de doces, frituras e refrigerantes. Aí, sim, é um caso para preocupação. Mesmo que o seu filho não esteja acima do peso, devido a esse consumo excessivo, ele tem grandes chances de desenvolver obesidade e outras doenças na vida adulta. Precisamos lembrar que a quantidade não é tão importante quanto a qualidade de um alimento. A obesidade infantil, por sua vez, traz reflexos que estendem por toda a vida. Além da saúde, a alimentação inadequada desencadeia outros problemas, tais como o baixo rendimento escolar – já falei do assunto neste artigo – e depressão infantil. Quando os problemas vão além do prato A compulsão alimentar infantil pode ter causas emocionais que você nem imagina. Nem sempre isso acontece por causa da gula ou devido à fase de crescimento em que se encontra. Seu filho pode estar comendo demais pelos seguintes motivos: Depressão; Ansiedade; Tédio; Vício em açúcar; Baixa serotonina; Café da manhã pobre em nutrientes. Seja qual for a razão, é preciso procurar auxílio de um nutricionista. É ele quem vai avaliar se a criança realmente está comendo muito e encaminhar para outro profissional, tal como um psicólogo, caso seja necessário. A compulsão alimentar, se diagnosticada, precisa ser tratada a fim de não causar prejuízos futuros à criança. Espero que meu artigo ajude você a identificar se o seu filho está comendo demais ou é algo do seu parâmetro. Nunca hesite em procurar ajuda especializada. Com amor. Andreia Friques
Deficiência de vitamina D na gestação é prejudicial
A deficiência de vitamina D na gestação é um problema que requer a atenção da futura mamãe. Durante todo o pré-natal, é preciso monitorar os níveis dessa vitamina a fim de verificar se é produzida de maneira suficiente pelo organismo. Caso a resposta seja negativa, é preciso investigar e suplementar. Você sabe o que pode acontecer devido à deficiência de vitamina D na gestação? Continue no artigo para entender a importância dessa vitamina para você e seu bebê. Leia também: Suplementação infantil: quando é necessário? Riscos para a mãe e para o bebê A gestante com deficiência de vitamina D pode desenvolver problemas como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e depressão pós-parto. Enquanto isso, o bebê pode ser prejudicado ao nascer prematuramente, com peso abaixo do normal e maior quantidade de gorduras. Um estudo publicado na revista BioMed Research International, em 2016, mostrou que além de todos esses problemas da deficiência da vitamina D na gestação, a substância conta com importância primordial. Ela está presente na expressão e regulação de mais de 2.700 genes diferentes! O estudo foi realizado com um grupo de mulheres que passaram por tais problemas e foi verificado que a maior parte delas apresentavam níveis de vitamina D abaixo do recomendado. Fatores de risco para a deficiência de vitamina D na gestação Qualquer mulher pode contar com redução na produção de vitamina D nessa fase. No entanto, existem alguns grupos que contam com maiores chances de desenvolver a deficiência de vitamina D na gestação. São eles: Mulheres que tomam pouco sol; Obesas; Com lúpus; Mulheres que usam corticóides, anticonvulsivantes e de tratamento para HIV; Mulheres com hiperparatireoidismo; Com insuficiência hepática. Como resolver a falta da vitamina D? A vitamina D está presente em alimentos como peixes e na gema do ovo. No entanto, a principal fonte dessa vitamina é a luz solar. Em contato com a pele, a vitamina D é produzida. Por isso, é tão importante pegar um pouco de sol sem protetor solar, ainda que seja por alguns minutos durante a manhã, quando a incidência dos raios ultravioleta são bem fracos. No entanto, existem casos em que para a grávida os fatores prejudiciais da exposição ao sol são maiores que os benefícios que pode proporcionar – principalmente aquelas com muitas manchas. É por isso que recomendamos o pré-natal desde a descoberta da gravidez: nenhuma providência deve ser tomada antes de tirar dúvidas com o médico. Tomar sol é altamente recomendável, desde que tenha a devida orientação. Ainda assim, a suplementação é uma das principais soluções para as gestantes com baixos níveis de vitamina D. No estudo, os autores apontam valores entre 40 e 60ng/ml como níveis ideais para gestantes e tentantes. Sim, a suplementação pode ser necessária mesmo na fase de pré-concepção, para aquelas mães que já planejam o bebê. A avaliação dos níveis de vitamina D deve ser realizada durante toda a gestação e na fase de lactação. Espero que meu artigo tenha ajudado você a entender os problemas da deficiência de vitamina D na gestação. Com amor. Andreia Friques
6 motivos para cozinhar com as crianças
Cozinhar com as crianças é uma atividade prazerosa e que ensina muito aos pequenos. Sobram razões para inseri-los em um cotidiano do preparo dos alimentos. Ainda assim, separei seis principais motivos para cozinhar com as crianças. Vamos lá? 1. Auxilia na inserção de novos alimentos A seletividade alimentar é um problema pelo qual muitas famílias passam durante a fase de introdução da alimentação e até depois que a criança já atingiu certa idade. Ao participar do preparo de um prato, a criança pode considerar mais divertido provar um novo ingrediente. 2. Estimula a criatividade Cozinhar é uma arte! Esteja aberto às sugestões que seu filho pode trazer para a cozinha. Seja misturar legumes no arroz, inserir frutinhas na salada ou apostar na apresentação mais divertida dos pratos, imitando carinhas e bichinhos. Seu pequeno vai adorar. Vale tudo! 3. Torna a alimentação mais saudável Após escolher, lavar e temperar um legume, você não acha que seu filho vai comê-lo com muito mais gosto? O momento da refeição se torna também o orgulho da criança devido à sua participação no preparo do alimento. Leia também: Você já ouviu falar em rodízio alimentar? 4. Desenvolvimento sensorial Sentir o cheiro dos temperos, a textura dos legumes e das raízes, experimentar um pedacinho da fruta ou da folha enquanto cozinha… Tudo isso é um aprendizado imenso ao seu filho! Não é só comendo que se aprende a ter uma alimentação saudável. Cozinhar com as crianças abre a elas um novo universo. 5. Vínculo afetivo O cotidiano cada vez mais atribulado rouba muito do nosso tempo. Quando vemos, os filhos já cresceram. Em vez de deixá-lo na frente do video-game enquanto prepara a refeição, faça o convite! Vocês vão passar momentos especiais e riquíssimos juntos. 6. Seu filho aprende uma habilidade Tudo que seu filho aprende enquanto é criança vai acompanhá-lo por toda a vida. Saber cozinhar é essencial para qualquer pessoa. Seja menino ou menina, de qualquer profissão, classe social ou região em que morar, todos precisamos comer. É assim que você prepara o seu filho para ser um adulto muito mais independente. Além do mais, ensinando bem direitinho, dentro de alguns anos quem sabe você chega em casa e o jantar está pronto à sua espera? Não é maravilhoso? Cozinhar com as crianças é incrível e o aprendizado não é só para os pequenos. Eu mesma aprendi tanto com meus dois filhos na cozinha… Deixe que essa experiência surpreenda você também! Espero que este artigo seja um estímulo para você começar a cozinhar com as crianças e encontrar seus próprios motivos para que este momento vire um ritual no seu lar. Com amor. Andreia Friques
Você já ouviu falar em rodízio alimentar?
O rodízio alimentar não é só sinônimo de rodízios à vontade de carnes e massas, mas sim de diversificar o cardápio ao qual a criança é exposta diariamente. Em especial nos primeiros anos de vida, a criança está descobrindo os novos sabores e adequando o seu paladar. Quanto mais variedade de alimentos saudáveis forem oferecidos desde a sua introdução alimentar, melhor! Além dessa questão, comer sempre os mesmos alimentos – chamamos de monotonia alimentar – faz que as crianças absorvam menos os nutrientes da comida. As chances de desenvolver alergias e intolerâncias alimentares são maiores em quem não come um pouco de tudo. Você deve estar se perguntando: Como faço esse rodízio alimentar? Dar um pouco de cada item para meu filho provar é suficiente? A boa notícia é que você pode usar alimentos bastante acessíveis nesse rodízio. Nessas horas, imaginação é tudo! Rodízio alimentar no almoço Almoçar é um momento muitas vezes desafiador para muitas famílias onde as crianças estão na fase da introdução alimentar. Isso porque os novos alimentos nem sempre são tão bem aceitos como as famílias gostariam. Que tal oferecer opções diferentes a cada dia? Uma ideia é trocar o arroz pela quinoa. Rica em Ômega 3, completa em aminoácidos essenciais, diminui a absorção dos carboidratos, ajuda a regular o intestino e é ótima para a saúde. Também é interessante apostar em misturas. As receitas tradicionais podem ganhar cor e sabor a mais acrescentando temperos naturais, ou brócolis e cenouras picadas. Experimente também trocar os ingredientes de outros alimentos: em vez de macarrão, abobrinha ralada fininha. O purê não precisa levar sempre a tradicional batatinha: que tal a batata salsa ou mesmo a abóbora? Essas dicas, é claro, podem ir muito além, trocando todos os dias as verduras disponíveis, as opções de carne… Não existem limites para a imaginação! Rodízio alimentar no café da manhã Quem disse que café da manhã precisa ser somente pão e leite? Você pode substituir os tradicionais sanduíches da manhã pelos waffles, que são muito saudáveis e deliciosos. Ou então, que tal panquecas? Até mesmo o preparo pode ser feito com a participação dos pequenos! Nos dias em que oferecer o sanduíche, procure trocar os recheios. Troque as saladas, as carnes, coloque ovos… Se preferir Imaginação é tudo! Você também pode trocar o leite e o café por um suco natural, preferencialmente não coado. Ao optar por geleias, dê preferência àquelas artesanais de frutas em vez daquelas industrializadas e altamente açucaradas como recheios para os pães. Não esqueça de oferecer, também, diferentes frutas picadinhas, sem jamais misturar com açúcar. Por falar em açúcar… O café da manhã pode ser um dos momentos que a criança mais tem contato com o açúcar durante o dia. Não estou falando só do açúcar branco adicionado ao café ou às frutas. Principalmente biscoitos e bolos contam com muito açúcar escondido. Você pode conferir mais sobre o assunto neste artigo. Por isso, evite esse tipo de opção no café da manhã. Espero que meu artigo ajude você a fazer o rodízio alimentar do seu filho. Até a próxima! Com amor. Andreia Friques.
Quanto açúcar escondido seu filho come?
Você sabia que a alimentação de todos nós conta com muito açúcar escondido? Mesmo alimentos que consideramos salgados trazem os prejudiciais açúcares: eles estão presentes em cerca de 80% dos alimentos industrializados. Em especial o xarope de frutose, também chamado xarope de milho de alta frutose, faz uma tempestade no metabolismo de qualquer um. Seu filho, ao consumir tais alimentos, está exposto aos efeitos negativos dessa substância. Esses impactos nada positivos são unanimidade entre os estudiosos da ciência da alimentação. Por isso, se você acredita que o açúcar está presente apenas no açúcar branco adicionado aos bolos, às sobremesas e ao café, está enganado! Todo alimento industrializado conta com grande quantidade de açúcar escondido. Leia também: O que o bebê não pode comer até um ano? Os problemas do açúcar escondido Em um cotidiano atribulado, é comum enchermos as lancheiras das crianças com bolachas, salgadinhos e outros itens que vem muito bem embalados. Não só as lancheiras, mas também os momentos em que estão em casa e precisam lanchar entre o almoço e a janta, que são as refeições principais. Eu sempre digo que não existe como criar seu filho em uma bolha. Sim, ele vai comer alimentos açucarados e industrializados em algum momento. A questão aqui é o excesso desses itens na alimentação dos pequenos. Quando percebemos a presença do açúcar escondido nesses alimentos, passamos a refletir sobre o que oferecemos e também sobre o que consumimos, pois sempre somos o exemplo. Você já se perguntou quanto de açúcar existe em uma lata de refrigerante? Não sabe a resposta? No mínimo, sete colheres de açúcar. Quando a criança consome apenas uma lata de refrigerante, já excede a quantidade de açúcar diário recomendada pela Organização Mundial da Saúde. Para o órgão, entre quatro e seis colheres de açúcar, no máximo, podem ser consumidos a cada dia por uma criança. Estamos falando apenas de uma bebida, deixando de lado biscoitos, leites açucarados, bolos e outros exemplos que acompanham esse refrigerante no cotidiano alimentar do pequeno. Os efeitos para o organismo O consumo desenfreado de açúcar traz prejuízos para a saúde de todos. No entanto, para as crianças, a conta é mais alta. Tais excessos ultrapassam as necessidades calóricas do organismo, levando ao acúmulo de gordura. A obesidade é um risco real e, infelizmente, não é o único. Ao consumir uma grande quantidade de açúcar, todo o corpo inicia um processo de inflamação, com liberação excessiva de insulina. Hipertensão, diabetes e esteatose hepática não são doenças apenas de adultos: seu filho também pode desenvolver. A grande desvantagem para as crianças é que, ao desenvolver tais doenças durante a infância, as chances de continuar com esses problemas durante a vida toda são bastante altas. Uma criança obesa corre um risco mais alto de ser um adulto obeso do que uma criança com peso normal. Por outro lado, o que funciona muito bem é ensinar hábitos saudáveis desde cedo. Quando os pais não tem o costume de ingerir alimentos industrializados, as crianças vão entender que só devem fazer parte da alimentação em situações específicas, como datas especiais e festivas. É por isso que não aconselho oferecer açúcar antes dos dois anos de idade. Dê ao seu filho a oportunidade de conhecer os sabores da comida de verdade e formar hábitos saudáveis! São inúmeras opções a preços acessíveis, além do valor daquilo que é o mais importante: a saúde da criança. Espero que meu artigo tenha ajudado a alertar para os perigos do açúcar escondido. Até a próxima! Com amor. Andreia Friques
Será que colo demais faz mal?
Você já deve ter ouvido que colo demais faz mal. Recebo essa dúvida de muitas mães em meu consultório. O medo é de criar o hábito e, depois, não conseguir acostumar a ficar no berço ou no carrinho. Será que faz sentido? Hoje, vou trazer um estudo feito pela Universidade da Colúmbia Britânica e do BC Children’s Hospital Research Institute. O que os pesquisadores descobriram pode surpreender você! Leia também: Por que a realidade da amamentação não é tão simples quanto parece? Benefícios do colo Revelar os resultados desse estudo traz uma nova perspectiva sobre a discussão se o colo demais faz mal. Foi coletado material genético de crianças que receberam colo nos primeiros dias e daquelas que não receberam. A conclusão foi de que a falta de colo é que é prejudicial para o bebê. Isso porque, ao deixar o conforto do ventre materno, a criança ainda está aprendendo a interagir com o mundo. A quantidade de contato físico entre mãe e bebê tem impactos na saúde do pequeno em nível molecular. Quando o bebê sente angústia em relação a esse novo mundo e recebe pouco contato físico, provavelmente vai apresentar um perfil molecular subdesenvolvido em relação a sua idade. Por outro lado, aquelas que receberam colo tiveram avanços nessa área. Uma modificação bioquímica chamada metilação do DNA foi avaliada nos dois grupos de crianças. Cinco locais específicos de DNA apresentaram diferenças consistentes, incluindo locais responsáveis pelo sistema imunológico e pelo metabolismo. Ou seja, o colo influencia até mesmo o fortalecimento das defesas naturais do organismo. Por que mais importante que isso? Você já ouviu falar de exterogestação? A gestação uterina dura 9 meses. No entanto, ao nascer, o bebê ainda não está totalmente pronto para entender os estímulos que recebe fora do ventre da mãe. Exterogestação significa “gestar fora”, e tem duração aproximada de 3 meses após o nascimento. É nesse espaço de tempo que o bebê descobre a vida fora do útero. Tantas novidades trazem insegurança e necessidade de trazer de volta à sua memória todo aquele aconchego que o envolveu durante a gestação. Sabe o que tem capacidade de simular todo o aconchego do ventre da mãe fora dele? O colo! Conexão, balanço, calor e proximidade são as sensações trazidas por esse ato de amor. Imaginar que colo demais faz mal é ignorar a segurança proporcionada ao bebê enquanto é aninhado junto ao coração de um adulto. Até os três meses de vida, ele ainda não sabe que saiu do útero. O colo é a resposta para os medos que ele sente com essa mudança. No entanto, em nenhum momento da vida a falta de colo faz bem. Aproveite enquanto seu pequeno ainda cabe em seus braços e dê a ele todo o amor que precisa. Eles crescem muito rápido, e é a falta de colo que deixa esse período de crescimento mais vazio. Espero que meu artigo tenha esclarecido por que é um mito a crença que colo demais faz mal e os motivos pelos quais isso nunca deve ser dito a nenhuma mãe. Com amor. Andreia Friques.
A realidade da amamentação: por que não é tão simples?
A realidade da amamentação nem sempre é tão simples quanto percebemos antes do nascimento dos nossos filhos. A amamentação é a alimentação natural para o bebê. Porém, isso não significa que o processo seja totalmente simples. Os desafios existem e não são poucos, e é sobre eles que vamos conversar hoje. A maior parte dos desafios, infelizmente, são originadas por opiniões alheias ou pelo senso comum. Gerar e alimentar uma nova vida, por si só, já é uma fonte abundante de inseguranças. Imagine como são os casos em que o bebê precisa passar por uma UTI neonatal? Ou quando tudo que você leu parece que não foi escrito para o seu caso? Se você está perdida em meio aos desafios, sinta-se abraçada. Entenda por que você não deve se sentir menos mãe devido às dificuldades. E ainda: saiba que muitas mulheres passam pelo mesmo, porém, devido aos julgamentos que sabem que vão ouvir, não falam sobre o lado mais difícil da amamentação. Cada experiência é única A realidade da amamentação é única para cada mãe e também para cada filho. Existem, sim, recomendações gerais para as mães seguirem, sempre pautadas pela prática e opinião de especialistas. No entanto, não significa que sirvam para 100% dos casos. Recomendações como o aleitamento exclusivo até o sexto mês e complementar até dois anos, dicas de péga, entre outros, auxiliam um grande número de mulheres. No entanto, é claro que existem exceções. Eu acredito que é preciso, sim, derrubar mitos sobre amamentação, e também crenças que foram colocadas nas mentes das mulheres desde muito cedo. Podemos incluir aqui mulheres que acreditam não conseguir amamentar por causa do formato do mamilo, ou porque reduziram os seios ou até usam próteses de silicone. Atualmente, ambos os procedimentos cirúrgicos nas mamas preservam os tecidos naturais. Quanto ao formato do mamilo, é importante que o obstetra examine as mamas ainda na gravidez, a fim de orientar a maneira correta e mais fácil para a amamentação. Outras situações são um bebê mamar mais, outros menos, alguns por mais tempo que outros. São muitos os relatos de mães que já estão no segundo ou terceiro filho que, enquanto um mamava e dormia a noite toda, outro passava a madrugada na amamentação. Portanto, essas diferenças existem e são absolutamente normais. Vida na UTI: quando a realidade da amamentação é mais dura Em muitos casos, a primeira amamentação acontece em um espaço onde nenhuma mãe espera: na UTI neonatal. Isso quando a mamãe consegue amamentar o bebê. Este é um momento delicado, onde é possível contar com a solidariedade do banco de leite para manter a nutrição dessa nova vida. Gostaria de ressaltar que o leite fornecido pelo banco é 100% seguro. Esse leite materno passa por procedimentos de esterilização, portanto, é livre da presença de possíveis vírus e bactérias. Diferente da amamentação cruzada – quando uma mulher amamenta o filho de outra – contra-indicada formalmente pela Organização Mundial da Saúde – OMS, pois oferece risco ao bebê. Não importa quando você começa a amamentar, mas sim que o seu filho tenha uma boa nutrição desde as primeiras horas de vida. Rede de apoio é fundamental A realidade da amamentação fica mais tranquila com uma forte rede de apoio, tanto profissional quanto familiar. Desde o pré-natal, é importante que o obstetra repasse as informações corretas para a mulher sobre as transformações pelas quais o corpo passa a fim de tornar-se pronto para a amamentação. A família é importante, também, para prestar o apoio necessário no cotidiano. Quanto mais tranquila e apoiada a mulher se sente, maiores as chances da amamentação ser um momento incrível para mãe e filho. O estresse prejudica muito o aleitamento materno, tal como expliquei neste artigo. Espero que meu artigo ajude você a entender por que a realidade da amamentação nem sempre é tão simples. Para saber mais, assista ao vídeo abaixo, onde bato um papo com a obstetra dra. Erica Mantelli sobre o assunto e aproveite para se inscrever em meu canal. Com amor. Andreia Friques
Suplementação infantil: quando é necessário?
Você já ouviu falar em suplementação infantil? Engana-se quem pensa que os suplementos são usados apenas por atletas que desejam fazer a massa muscular crescer. Em alguns casos, as crianças também podem receber algum tipo de suplemento. É claro que o assunto é cercado por mitos, verdades e polêmicas. Pensando nisso, trago neste artigo a forma como a suplementação infantil pode equilibrar a entrada e absorção dos nutrientes pelas crianças. Leia também: Fundação da Associação Brasileira de Nutrição Materno Infantil – ABRANMI Preparo durante a gravidez é fundamental Quanto mais a gestante cuidar da própria alimentação enquanto espera pelo bebê, menor a necessidade de suplementação. A própria gestante, muitas vezes, pode receber suplementação para que o bebê nasça bem nutrido. O parto também auxilia o bebê a formar a sua imunidade. Quando nasce de parto normal, o intestino da criança recebe a primeira colonização das bactérias boas do intestino. A segunda colonização ocorre na amamentação. Quando o bebê mama o colostro assim que nasce, além de todos os benefícios que o primeiro leite oferece, também se beneficia do contato com a pele da mãe naquele momento. Ao atender uma mulher que revela o desejo de engravidar em breve, eu recomendo que tanto ela quanto o parceiro cuidem da alimentação e dos hábitos de vida para gerar um bebê o mais saudável possível. O ideal é livrar-se de vícios como álcool, cigarro, situações de estresse, não ser obeso ou sedentário. Suplementação infantil desde o nascimento Por melhor que a criança seja nutrida, mesmo com parto normal e amamentação no peito como fonte única de alimento até os seis meses de vida, a suplementação infantil é altamente recomendada a partir de sua primeira semana. A vitamina D pode ser administrada no bebê desde cedo, assim como o ferro. Este é uma novidade, já que até pouco tempo o consenso sobre suplementação com ferro era apenas a partir do sexto mês de vida. A necessidade de suplementação infantil com outros elementos, como cálcio, ômega 3, entre outros, é medida conforme o histórico da gestação, a alimentação atual e o tipo de parto. Então, da próxima vez que você ouvir sobre suplementação infantil, não estranhe. É uma prática bastante recomendada para garantir o bom desenvolvimento da criança, sempre sob recomendação de pediatra e nutricionista materno infantil. Espero que meu artigo tenha ajudado a esclarecer um pouco sobre o tema. Se você deseja se aprofundar, assista ao vídeo abaixo. Junto do dr. Victor Sorrentino, falamos com detalhes sobre o assunto. Aproveite e faça sua inscrição em meu canal do YouTube, onde posto vídeos novos com frequência. Com amor, Andreia Friques
Fundação da Associação Brasileira de Nutrição Materno Infantil – ABRANMI
A Associação Brasileira de Nutrição Materno Infantil – ABRANMI já está formada. A partir do dia 24 de novembro de 2018, passa a aceitar os primeiros profissionais interessados em fazer parte dessa associação. A entidade será responsável por representar os profissionais que atuam na área da saúde da mulher, da gestante, da criança e do adolescente. Médicos, nutricionistas, odontologistas e outros profissionais de saúde devem integrar a ABRANMI. O objetivo é promover ações de caráter científico e prático a esses profissionais. É por meio deles que a população pode receber atendimento de qualidade e as informações necessárias para a melhoria da saúde e qualidade de vida. Vamos entender por que é tão importante a fundação da Associação Brasileira de Nutrição Materno Infantil em nosso país nos dias atuais? Pré-natal Logo após a descoberta da gravidez, é fundamental que a gestante faça seu pré-natal. É por meio desse acompanhamento que é possível prevenir complicações para mamãe e bebê ou até descobrir algo que não vai bem para que possa ser tratado a tempo. Durante as visitas ao médico, a mulher pode esclarecer suas dúvidas, relatar sintomas e monitorar a sua saúde. O objetivo é garantir a saúde para mamãe e bebê. Lembre-se que a saúde do seu filho começa desde a sua formação. Aleitamento materno O leite materno é o alimento mais completo para o bebê. A amamentação exclusiva até os seis meses de vida e complementar até os dois anos de idade é a recomendação da Organização Mundial da Saúde – OMS para as famílias. O leite materno é responsável por fortalecer o sistema imunológico do bebê, pois é o alimento mais completo para ele. No Brasil, cerca de 41% das mulheres seguem a recomendação da OMS. Essa estatística é do Ministério da Saúde e faz que o nosso país seja também uma referência mundial no assunto. Mesmo assim, é preciso difundir mais a importância da amamentação. A mamãe conta com benefícios ao amamentar, pois seu corpo libera a ocitonina, hormônio responsável pelo bem-estar. Também reduz o sangramento pós-parto, ajuda o útero a retornar ao tamanho normal e evita a anemia. Durante a amamentação, mãe e filho criam vínculos de afeto inseparáveis. Vale a pena amamentar! Confira aqui dez benefícios da amamentação para mamãe e bebê. Baixe também o meu Guia Completo da Amamentação. Obesidade infantil Entre os assuntos que mais preocupam os nutricionistas está a obesidade infantil. A rotina atribulada dos pais nem sempre permite que as crianças façam refeições de alto valor nutricional, fazendo que os pequenos sejam reféns de lanches prontos e alimentos industrializados. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 33% das crianças brasileiras estão obesas. Sabemos que quando não é tratada durante a infância a obesidade é levada para a vida adulta. Diversas complicações na saúde podem ocorrer devido ao problema, como diabetes e hipertensão. Espero que a Associação Brasileira de Nutrição Materno Infantil – ABRANMI permita o intercâmbio de informações, práticas e estudos sobre esses e outros assuntos relacionados à saúde de mães e filhos. Eu acredito que podemos fazer a diferença nessa geração. Com certeza, deixaremos um grande legado por meio dessa organização. Confira no vídeo abaixo meu anúncio da fundação da Associação Brasileira de Nutrição Materno Infantil – ABRANMI e aproveite para se inscrever em meu canal. Com amor. Andreia Friques.
Introdução alimentar: como começar?
A introdução alimentar é um momento importante para o bebê e que gera muitas dúvidas aos pais. O assunto é bastante simples, portanto, nada de ficar de cabelo em pé! Os receios, em especial entre mamães de primeira viagem, estão relacionados a aceitação dos alimentos por parte do bebê, os efeitos no organismo dele e também se o momento é o correto para iniciar essa fase tão importante. Fique tranquila. Estou aqui para esclarecer dúvidas sobre a introdução alimentar. Introdução alimentar a partir dos seis meses Há quem diga que pode iniciar antes, porém, o corpo do bebê só conta com a formação suficiente para processar os alimentos a partir do sexto mês completo. Antes disso, o organismo não está preparado para receber os alimentos sólidos complementares à sua dieta. Órgãos como o estômago e o intestino ainda estão amadurecendo para digerir e processar essa alimentação. Por isso, recomendo exclusivamente o aleitamento materno até os seis meses. A mãe que por algum motivo não amamenta deve manter o seu filho na dieta com a fórmula receitada pelo pediatra até o sexto mês. Já falei sobre a relevância da amamentação neste artigo, orientada pelos mais importantes órgãos de saúde mundiais. Como oferecer os alimentos? Uma dúvida frequente sobre a introdução alimentar diz respeito à maneira de oferecer os alimentos à criança. Não é necessário usar liquidificador, processador nem peneira. Basta amassar os alimentos com a colher mesmo. Lembre-se que a quantidade é pequena. Comece oferecendo uma fruta por dia. O bebê está descobrindo esses sabores, portanto, pode dar em quantidade pequena como um café da manhã. Ofereça cada dia uma fruta diferente durante uma semana, de preferência no mesmo horário. Na segunda semana, você pode inserir uma papinha com componentes de diferentes grupos alimentares (proteínas, carboidratos, etc) como um pequeno almoço. Na terceira semana, é interessante inserir a fruta também na parte da tarde. A partir da quarta semana, essa papinha que já faz parte do cotidiano do bebê durante o almoço pode entrar na hora do jantar. Essa transição para a introdução alimentar deve sempre ser acompanhada do aleitamento materno, já que os alimentos sólidos são complementares nessa fase. Também não é recomendável oferecer à criança alimentos em forma de suco. Diferente do que muitas mamães pensam, o suco natural não é saudável para a criança. Ao ingerir um suco, açúcar da fruta adentra o organismo isolado e não é metabolizado pelo fígado, o que sobrecarrega o sistema hepático que na criança ainda está se formando. O objetivo é educar o paladar da criança para que, a partir de um ano de idade, ela possa consumir a alimentação da família. Não devem ser usados sal e açúcar no preparo dos alimentos, pois esses ingredientes mascaram o real sabor dos alimentos. Espero que meu artigo possa orientar a introdução alimentar do seu filho. Para saber mais, assista ao meu vídeo abaixo e aproveite para se inscrever em meu canal do YouTube. Com amor. Andreia Friques