Riscos de engasgos: Insegurança na Introdução da Alimentação Complementar

Nos primeiros anos de vida, os riscos de engasgos são maiores pois ainda não possuem controle total da mastigação e deglutição dos alimentos, o que acaba gerando uma certa insegurança nas famílias na hora das refeições.
Obesidade infantil: apenas atividade física resolve?

“Coloca na natação que ele emagrece” “Quando crescer ele perde esse peso” “Aumenta a atividade física que resolve” “Vai deixar ele passar vontade?” Essas são frases que eu sei que toda mãe que se preocupa com a saúde do filho já escutou. E no meu consultório o que não faltam são famílias que sofrem por seguir esse tipo de pitaco. E aí me perguntam: por que meu filho continua com sobrepeso se ele faz atividades físicas regularmente? E a resposta é: somente atividade física não é o suficiente! A atividade física é importantíssima em todas as fases da vida, mas sem uma alimentação adequada não resolve. Não há milagre! Não adianta colocar a criança para praticar exercícios físicos se for para deixá-la comer qualquer coisa. Eu, incansavelmente, exponho para vocês a importância de uma alimentação equilibrada e de hábitos saudáveis para o desenvolvimento de crianças e adolescentes. E eu nem preciso falar dos malefícios da obesidade infantil, não é mesmo? Então, a minha orientação nesses casos é: procure um bom nutricionista Materno-Infantil e cuide adequadamente da alimentação do seu filho. Alinhando alimentação à atividade física você terá como resultado saúde e qualidade de vida
Agosto Dourado: a importância do aleitamento materno

Um novo mês e com ele inicia-se também uma campanha lindíssima: conscientizar a população sobre a importância da amamentação! O Agosto Dourado – Mês da AMAMENTAÇÃO, foi designado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como símbolo dessa luta, uma vez que pode salvar vidas. Essa campanha é linda, como todos sabem, eu defendo e incentivo a amamentação, os benefícios são incomparáveis a qualquer outro alimento. Embora seja um período incrível, a amamentação pode ser um grande desafio. Mas por que insistir e incentivar o aleitamento materno? Amamentar traz benefícios não só para a mãe, mas principalmente para o bebê, atuando diretamente no desenvolvimento dele. O leite materno possui todos os nutrientes e quantidade de água necessárias para os primeiros seis meses de vida. Vou listar para vocês alguns (porque são muitos) benefícios do leite materno para as crianças: Para começar, o leite materno possui a capacidade de adaptar-se às necessidades do bebê. Ou seja, supre completa e adequadamente as necessidades individuais da criança; Possui ômega 3 e ômega 6 em quantidade e proporção ideais para o bebê. Crianças amamentadas têm menos chances de serem obesas, terem hipertensão e colesterol elevado; Diminui a incidência de cólicas, vômitos e intolerâncias alimentares; Além de ser de fácil digestão e absorção pelo organismo do bebê, o que permite um aproveitamento completo dos nutrientes. E para as mamães? Bom, a mulher que amamenta apresenta menor risco de hemorragia, anemia e depressão no pós-parto, além disso diminui o risco de ter outras complicações, como o desenvolvimento de câncer de mama, de endométrio e de ovário; osteoporose e inúmeras outras doenças. Do ponto de vista estético, amamentar aumenta o gasto calórico. Ou seja, facilita a recuperação do corpo após a maternidade. Até quando amamentar? A recomendação é que o leite materno seja fonte exclusiva de alimentação até os seis meses de vida. Dos seis meses aos 12 meses, a alimentação complementa a amamentação. Dos 12 meses em diante, a amamentação complementa a alimentação. O aleitamento materno é uma questão de saúde pública. Não apenas as famílias e os profissionais precisam lutar por essa causa, mas também os Governos, que poderiam economizar bilhões em tratamentos doenças. Uma das principias coisas que podemos fazer para impactar as próximas gerações é apoiar o aleitamento materno!Essa luta precisa ser de TODOS! Vamos juntos fazer a diferença?
Montando um lanche equilibrado para a criançada
As férias da criançada estão chegando e o cuidado com a alimentação continua, arrisco dizer que até aumenta. Essa é uma fase que exige de nós criatividade não apenas na missão de entreter os filhos, como também na tarefa de alimentá-los. Nós sabemos que a alimentação é essencial para o desenvolvimento físico e mental das crianças, então, é inevitável se preocupar. Por isso precisamos manter um padrão de alimentação equilibrado para que, ao voltar às aulas, nada seja um empecilho no desempenho escolar dos nossos filhos. E eu sei que é necessário se manter firme para, na correria do dia a dia, não ceder aos lanches rápidos e industrializados. Pensando nisso, resolvi apresentar a vocês uma fórmula muito simples para montar um lanche equilibrado e que, alinhada à criatividade, manterá sua criança bem alimentada e disposta para aproveitar essa fase maravilhosa. 1C + 1P + 1V Cada letra da fórmula representa um grupo alimentar que deve estar incluso no lanche do seu filho para que a refeição esteja completa, do ponto de vista nutricional. E essa fórmula serve também para a lancheirinha, tá bom? Então já salva para quando a criançada voltar para a escola. 🍞 1C – Aqui estamos falando do grupo dos CARBOIDRATOS! Super importante na fase de desenvolvimento da criança, esse é o grupo responsável pelo fornecimento de energia ao corpo. Mas não é qualquer carboidrato que deve entrar na lancheira do seu filho, ok? Vamos evitar os alimentos processados e com base em farinhas brancas. Dê preferência aos alimentos integrais, são muito mais ricos em nutrientes, promovem uma saciedade maior e ainda auxiliam na saúde intestinal. 🧀 1P – Agora é a vez das PROTEÍNAS! Uma alimentação com deficiência proteica pode alterar o metabolismo da criança, atrapalhar o crescimento dela e até aumentar o risco de infecções. As proteínas podem ser encontradas em diversos alimentos, como os derivados do leite, ovos, carnes e leguminosas. 🍎 1V – Por último, temos as VITAMINAS e MINERAIS! As frutas e os legumes são ótimas fontes de micronutrientes e são fundamentais para regular o nosso sistema imunológico. Então, mamães, podem apostar nas porções de frutas, também nos sucos de frutas naturais bem espessos e fibrosos e por aí vai… E, mamães, um pouco de criatividade nunca é demais, não é mesmo? Por isso resolvi trazer aqui uma receita de nuggets caseiros para fazer a alegria da criançada sem abrir mão da saúde! Nuggets Caseiro INGREDIENTES 500g de frango Alho, sal, cebola e tomate sem pele à gosto 4 colheres de farelo de aveia 50ml de água 1 ovo 2 colheres de farinha de linhaça MODO DE PREPARO Tempere o frango cozido com o alho, sal, cebola e tomate sem pele. Ainda morno, passe no triturador. Junte a massa com 2 colheres de farelo de aveia e a água. Essa é a massa do seu nuggets. Faça o formato do nugget e passe no ovo para empanar. Em seguida, empane na mistura das 2 colheres de farelo com a farinha de linhaça. Asse por cerca de 30 minutos em forno a 180º. Com amor, Andreia Friques.
Crianças vegetarianas: Como complementar a proteína na alimentação?
Antes de tudo, é preciso que a família aprenda a respeitar essa fase das crianças, buscando informações de qualidade e sempre com o acompanhamento de um pediatra e também com um nutricionista materno-infantil. Eu costumo atender no consultório crianças vegetarianas, e digo que é possível se alimentar sem prejuízos nutricionais, sem consumir carne, desde que saibamos fazer escolhas equilibradas. Algumas crianças optam por reduzir o consumo da proteína animal, consumindo ovos, leites ou derivados de leite, mas ainda mantém na rotina esse grupo de alimentos fontes de proteína. Outras, preferem excluir os alimentos de origem animal, e é preciso ficar atento às fontes vegetais de proteínas, ferro, cálcico, zingo, ômega 3 e vitamina D. Para garantir refeições equilibradas, quando não houver o consumo de proteína animal, minha sugestão é que no almoço e jantar, você divida o prato em três partes iguais, sendo 1/3 para cada grupo abaixo: Grupo das Leguminosas: Feijão-carioca, feijão-preto, feijão-branco, feijão-moyashi, feijão-azuki, feijão-verde, lentilha, grão-de-bico, ervilha, soja não transgênica (É interessante deixar os grãos de molho por cerca de 12 a 24 horas antes de cozinhar para melhorar a digestibilidade), tofu. Grupo dos cereais, grãos e tubérculos: Arroz, milho, batata inglesa, batata doce, quinoa, mandioca, cará, inhame, trigo (macarrão integral), aveia em grão, cevadinha, mandioquinha. Grupo dos legumes, hortaliças e verduras: alho poró, alface, cenoura, beterrraba, abobrinha, chuchu, berinjela, cebola, pimentão, tomate, alcachofra, abóbora, pepino, couve, almeirão, agrião, salsão, acelga, rúcula, espinafre, chicória, escarola, repolho, brócolis, couve-flor Após finalizar o prato, adicione cerca de 1 colher de sobremesa de azeite extra virgem e 1 colher de sobremesa de óleo de linhaça para aumentar o aporte lipídico e as fontes de ômega 3. De sobremesa, você pode oferecer uma fruta cítrica, como a laranja, mexerica, acerola, etc. Elas vão ajudar no aumento da absorção do ferro dos alimentos ingeridos. Pingar gotinhas de limão na comida de vez em quando também é uma opção. O importante é ficar sempre atento(a) ao desenvolvimento da criança e aos exames laboratoriais, que podem ser avaliados periodicamente junto do nutricionista e pediatra. ⠀ Em relação à suplementação, a criança que não consome carne ou consome muito pouco deve ser avaliada como as demais crianças e suplementada de acordo com a clínica e exames laboratoriais. Já a vitamina B12, que não é encontrada em alimentos vegetais, precisa necessariamente ser suplementada nas crianças vegetarianas, assim como em adultos vegetarianos. Ok? Vai dar tudo certo! Para conferir receitinhas e outras dicas sobre nutrição materno-infantil, acompanhe também o meu Instagram clicando aqui. Com amor, Andreia Friques.
O que fazer quando a criança perde o interesse pela comida?
Nossos bebês têm um ritmo de crescimento, desenvolvimento e ganho de peso muito acelerado no primeiro ano de vida. Geralmente eles triplicam de peso e dobram de comprimento do nascimento até 1 ano. Essa demanda metabólica para crescer tanto requer calorias Nossos bebês têm um ritmo de crescimento, desenvolvimento e ganho de peso muito acelerado no primeiro ano de vida. Geralmente, eles triplicam de peso e dobram de comprimento do nascimento até o primeiro ano. Essa demanda metabólica para crescer tanto requer calorias e nutrientes adequados, que vêm da amamentação, e depois dos 6 meses, da introdução da alimentação complementar. Quando a criança completa 1 aninho, esse ritmo de desenvolvimento diminui bastante, e isso, claro, se reflete no apetite. Ele não vai mais triplicar de peso, ao contrário, a tendência é que a partir do segundo ano isso aconteça bem mais lentamente. É comum, e até esperado, que um bebê de 8 meses, por exemplo, tenha mais fome e vontade de comer do que uma criança de 1 ano e pouco. Outra questão é que nessa fase eles têm um interesse maior pelo mundo, pelas pessoas, pelo que está acontecendo ao redor. Estão começando a andar, a interagir mais, a olhar um desenho que está passando na TV. Então, se a fome já está menor que o ambiente “em torno”, qualquer coisa é motivo para não querer comer: pode ser um dentinho nascendo, incomodando, pode ser uma visita que chegou, o cachorro fazendo farra, a TV barulhenta… Tudo e qualquer coisa pode contribuir para que a criança se distraia ou se incomode e recuse o pratinho. Quando a criança não quer a comida, é preciso que você, mãe, e os profissionais que acompanham a criança precisam se perguntar é: ele está doentinho, com alguma virose? Está muito incomodado com algum dentinho? Aconteceu algo diferente? Teve algum susto ou trauma relacionado à alimentação? Se não houver algo orgânico impedindo a criança de comer ou dificultando essa aceitação, minha dica é que você mantenha a calma porque isso é uma fase e vai passar. O que não fazer? O que acontece, em geral, e que te alerto a não fazer, é que muitas vezes a família sem saber que esse comportamento é comum nessa época da vida, começa a ficar angustiada por ver a criança comer menos, e na ânsia em vê-la comer qualquer coisa, acaba iniciando a oferta de “qualquer coisa”. Aí, em alguns casos, infelizmente acabam entrando na rotina biscoitos pobres em nutrientes, mas ricos em farinhas refinadas, aditivos e açúcar, potinhos de bebidas lácteas ultraprocessadas e por aí vai. Quando a família cai nessa tentação, ela está trocando de problema, aliás, está contribuindo, mesmo que não seja a intenção, para que essa criança recuse ainda mais os alimentos naturais, a comida de verdade. Meu conselho é que você mantenha o acompanhamento da criança com o pediatra e nutricionista materno-infantil. Tenha calma, sabedoria, perseverança em ofertar ao seu filho alimentos saudáveis! Aos poucos as coisas vão se encaixar. Vai dar tudo certo! Com amor,Andreia Friques.
O seu filho come no almoço e na janta, mas nunca quer lanchar? Descubra o porquê.
A avaliação de forma ideal da alimentação do seu filho acontece nas 24 horas do dia. Para ter melhor noção do que está acontecendo, eu precisaria te fazer algumas perguntas: o que ele come ao longo do dia? Mama? Se sim, seio materno ou mamadeira? Quantas vezes ao dia? Ingere suco ou água de coco? Não faz um lanche, mas alguém dá algo para ele “beliscar”? Essa queixa não está acontecendo na fase de alguma virose, doença? Como estão o crescimento e o desenvolvimento dele? Essas são algumas questões que recebo diariamente no consultório. Muitas vezes, a família relata que a criança não faz determinada refeição, mas quando realizamos um recordatório alimentar, é possível perceber que ela ingere muitas calorias ao longo do dia de outras fontes. Então, na verdade, o que precisamos é ajustar no que e como os alimentos são oferecidos e as coisas se encaixam melhor. É preciso lembrar que, a partir do primeiro ano, ocorre uma desaceleração do ritmo de crescimento e ganho de peso, podendo levar a uma diminuição considerável do apetite. Até por volta dos 6, o interesse pelo ambiente (brincadeiras, TV, pessoas circulando, etc), passa a ser maior e um pequeno de 2 a 3 aninhos pode preferir mil vezes uma brincadeira a um prato de comida ou um lanche reforçado. Muitas famílias desconhecem as razões fisiológicas pelas quais isso acontece, ou seja, que nessa idade eles têm menos apetite porque não têm um ritmo de crescimento tão grande como antes e ficam desesperadas nessa fase! Na tentativa de ver a criança comer “qualquer coisa” acabam por oferecer biscoitinhos, snacks, nos intervalos das refeições, o que prejudica ainda mais a aceitação! Um simples biscoitinho fora de hora, pouco antes do almoço ou lanche por exemplo, pode ser o suficiente para que uma criança de 2 a 3 anos recuse totalmente a próxima refeição. Afinal, sentir fome para alimentar-se é importante, necessário para todos, inclusive para os pequenos! Porém, mesmo nessa fase, não é comum que a criança apenas almoce e jante, sem comer nada no intervalo, a não ser que a rotina dela se encaixe em alguma das situações que citei no início. De qualquer forma, minha dica para você, mãe, é a seguinte: considere todas essas questões com o pediatra e nutricionista da criança. Eles farão uma excelente avaliação clínica e descartarão todas as possibilidades de interferências. Caso não haja nada prejudicando essa aceitação, avalie os horários em que estão sendo oferecidos almoço e jantar (quem sabe não estão muito próximos?), dê um espacinho maior e capriche nos lanches saudáveis, gostosos e curiosos da tarde. E uma dica de ouro: leve seu filho para a cozinha, peça ajuda dele. Explique como é bom comer bem e sobretudo, seja um exemplo, sempre. Deixei no meu Instagram 05 receitinhas de lanches saudáveis e criativos para instigar a fome do seu pequeno por aí também! Clique aqui para conferir. Vai dar tudo certo! Com amor, Andreia Friques
Criança magra é sinônimo de criança doente?
Quando vemos uma criança bem magrinha, logo pensamos: “será que ela está doente?”. Muitos pais buscam soluções imediatas, às vezes até sem prescrição adequada, muitos, no desespero, recorrem até a medicamentos para abrir o apetite. Mas, antes de iniciar o tema, eu te convido para uma pequena reflexão: O que seria uma criança muito magra? Para nos guiar neste raciocínio, é importante levarmos em consideração alguns fatores, entre eles: Seu filho tem realmente um diagnóstico nutricional de baixo peso ou as pessoas que o consideram muito magrinho? Como é a estatura dele? Ela cresce bem? Como é o perfil nutricional da sua família? São ou foram magros na infância? Por último, mas não menos importante: você e o pai da criança também eram magrinhos quando pequenos? Magreza nem sempre é sinal de problemas, pelo contrário! Se o seu filho(a) faz o acompanhamento correto com o pediatra, muito provavelmente as medidas dele foram registradas nas curvas do Ministério da Saúde, que vêm na caderneta de vacinação e é entregue no nascimento. Essas curvas servem como um parâmetro para entender como a criança está em relação a elas, mostrando que, talvez ela não esteja dentro da média da curva de peso, mas pode estar dentro da margem considerada aceitável para a idade. É preciso também observar se a curva é ascendente, tanto de peso quanto de altura. Infelizmente, estamos vivendo na era da obesidade, inclusive, infantil. O percentual de crianças com excesso de peso é tão alto em todo o mundo que hoje, quando as pessoas veem uma criança magra, até se assustam. Estou te levando a refletir sobre tudo isso porque, na maioria das vezes, a criança não tem um diagnóstico nutricional de baixo peso. Ela é magra? Sim, mas dentro do aceitável — e isso está longe de ser um sinal de doença. Por isso, antes de tudo, converse com o pediatra do seu filho e com um bom nutricionista materno-infantil. Juntos, tracem novas metas, avaliando se existe alguma carência nutricional e, então, se há necessidade de suplementação. O foco aqui é ajudá-lo da melhor maneira possível e ensinar a amar a comida saudável. Até a próxima, Andreia Friques.
A exposição ao plástico pode causar transtornos psicológicos em crianças?
Os transtornos psicológicos também podem acometer as crianças, independente da faixa etária, e o assunto merece atenção especial, além de uma investigação aprofundada para identificar a origem do problema. No livro Epidemia do Plástico – Bisfenol A (BPA): Você precisa saber!, eu, Andreia Friques, alerto sobre os transtornos que o plástico pode causar, e mais do que você imagina, vão além dos impactos ambientais: as consequências ocorrem também a nível de estresse oxidativo, citocinas inflamatórias, função de nossos vasos sanguíneos e coração, obesidade, doenças neurodegenerativas e função normal de nosso organismo. O plástico é um vilão! Através de estudos publicados na National Library of Medicine, foi possível demonstrar que a exposição ao BPA na infância pode estar relacionada com o aumento da incidência dos casos de TDAH, especialmente em meninos. Quanto à ansiedade e depressão, uma pesquisa quantificou o BPA na urina das gestantes durante o terceiro trimestre e na urina das crianças aos três e cinco anos de idade por meio do Revised Children’s Manifest Anxiety Scale (RCMAS) e Children’s Depression Rating Scale (CDRS), e demonstrou que há evidências de que a exposição pré-natal ao BPA está associada a mais sintomas de ansiedade e depressão em meninos, entre 10 e 12 anos. Como funciona o processo de desintoxicação e prevenção? Existem vários caminhos para proteger o seu pequeno dos transtornos psicológicos e também se desintoxicar do consumo desenfreado do plástico. Hoje, sabemos que uma alimentação saudável é o segredo para uma vida melhor. Além disso, não há outra alternativa, que não mudar radicalmente o estilo de vida em relação não só aos alimentos, mas também à utilização do plástico. Gostou do assunto e ficou interessado(a) em aprender sobre o tema completo? Adquira neste link o livro Epidemia do Plástico – Bisfenol A (BPA): Você precisa saber!. Você também pode me acompanhar nas redes sociais: Clique aqui para seguir no Instagram. | Clique aqui para seguir no Facebook. Referências: Ye BS, Leung AOW, Wong MH. The association of environmental toxicants and autism spectrum disorders in children. Environ Pollut. 2017 Aug;227:234-242. doi:10.10.1016/j.envpol.2017.04.039. Epub 2017 May 2. Review. PubMed PMID: 28475976. Perera F, Nolte ELR, Wang Y, et al. Bisphenol A exposure and symptoms of anxiety and depression among inner city children at 10-12 years of age. Environ Res. 2016;151:195-202. doi:10.1016/j.envres.2016.07.028
Alimentos alergênicos: introdução na fase correta pode prevenir alergias
Os alimentos alergênicos são sempre uma preocupação das mamães e papais na hora de oferecer aos seus bebês na introdução alimentar. Afinal, há o medo da tão temida reação alérgica. No entanto, sabe-se que quando aproveitamos a famosa janela imunológica o sistema imune está mais propício a aprender e parece estar menos reativo, ou seja, ele passa a reconhecer a proteínas presentes nos alimentos, não considerando como proteínas “estranhas ou perigosas”, sendo assim evitamos o desencadeador de processos alérgicos. Mas é claro que isso precisa ser um processo, para garantir a máxima segurança do bebê, evitando que ele venha a desenvolver uma alergia. No artigo abaixo, trago mais informações de como fazer a introdução precoce de alimentos alergênicos em bebês. Confira! É possível prevenir as alergias? Estudos clínicos mostram que até 80% das alergias ao amendoim, ovo e leite podem ser evitadas. O estudo mais citado foi publicado no New England Journal of Medicine e mostrou que dar pequenas quantidades de amendoim para bebês com frequência e de forma contínua pode minimizar os efeitos da alergia. De acordo com o estudo, das crianças que evitaram o amendoim, 17% desenvolveram alergia ao amendoim aos 5 anos de idade. Em contrapartida, apenas 3% das crianças que comeram o amendoim desenvolveram alergia aos 5 anos. Portanto, em bebês de alto risco, o consumo sustentado de amendoim começando nos primeiros 11 meses de vida foi altamente eficaz na prevenção do desenvolvimento de alergia a amendoim. Já outro estudo analisou a alergia ao ovo. E novamente ficou evidenciado que o consumo na fase adequada é mais benéfico do que a introdução tardia como estratégia para prevenção primária da alergia alimentar. E por fim, mais um estudo, intitulado “Age Differences in Food Reaction Severity During Oral Food Challenges in a Large Pediatric Population” (“Diferenças de idade na gravidade da reação alimentar durante desafios alimentares orais em uma grande população pediátrica”, confirma os estudos citados acima. Nele, fica claro que cada mês que você “atrasa” na introdução de alimentos alergênicos, os riscos para as reações mais graves são aumentados quando comparamos com as crianças que tiveram o contato na fase mais propícia. Leia também::: Introdução alimentar e janela imunológica: como alimentar o bebê? Devo dar alérgenos comuns ao meu bebê? A resposta é sim. Os novos estudos mostram que devemos aproveitar o período em que o sistema imune está mais propício a reconhecer as proteínas presentes nos alimentos, sem reconhecê-la como algo ruim ou perigoso, vale ressaltar que os alimentos são as principais fontes de proteínas estranhas que o ser humano terá contato. Diante isso, os alimentos com potencial alergênicos devem sim fazer parte da introdução alimentar, sempre de forma orientada por um profissional capacitado, claro! Mas se você tem um histórico de alergia alimentar na família, provavelmente terá muito medo de introduzir alérgenos comuns na dieta de seu bebê. A pesquisa, entretanto, sugere que mesmo assim os alimentos devem ser apresentados ainda no período da introdução alimentar. Eu sei e é super compreensível! Mas de fato, a recomendação para evitarmos processos alérgicos é a introdução na fase adequada. Os bebês têm reações mais brandas e se beneficiam da exposição precoce para evitar o desenvolvimento de alergias. Portanto, adiar a introdução desses alimentos pode, na verdade, colaborar para o desenvolvimento de alergias alimentares. Leia também::: Probióticos podem prevenir alergias? Tenha sempre acompanhamento O ideal é que a introdução alimentar seja feita preferencialmente com o acompanhamento de um nutricionista materno-infantil. Desta forma terá o apoio profissional para que todo o processo transcorra da forma mais natural e sadia possível, garantindo o máximo de segurança ao bebê. Além disso, o ideal é que a introdução de alimentos alergênicos seja feito um de cada vez, para que possam ser observadas as possíveis reações, caso venham a ocorrer. Se houver alguma resposta alérgica a determinado alimento, o mesmo deverá ser suspenso e a criança deverá ser avaliada por um profissional capacitado, e com isso será avaliado a possibilidade de reintrodução ou não, a fim de evitarmos complicações futuras mais sérias. Porém, como fica claro no artigo, muitas das alergias alimentares podem ser evitadas nas crianças, principalmente quando os alimentos são oferecidos na fase adequada da introdução alimentar, que se inicia após os seis meses de idade. Espero que o artigo seja útil às mamães e papais e, para mais dicas e muita informação, siga também meu canal no Youtube!